You are here
Home > Entrevistas > Macakongs 2099 – uma década de histórias

Macakongs 2099 – uma década de histórias

A banda Macakongs 2099 acaba de completar uma década de vida, com algumas (várias) mudanças na formação. O envolvimento de seus integrantes com a cena hardcore brasiliense é um dos motivos dessa banda ter surgido, já que ao menos Phu e Robson estão em contato com a cena independente de Brasília há duas décadas. O bate-papo com o guitarrista Robson,  revela um pouco da história da banda, as mudanças na cena brasiliense e a opinião sobre o uso da internet como ferramenta de divulgação das bandas.

Por Deise Santos

Como surgiu a idéia de montar a banda e de onde veio o nome?
Robson: 
A idéia de montar a banda veio de uma conversa entre 3 velhos conhecidos da cena HC de Brasília. Eu, o Phu e o Evandro. O Vernon Walters onde eu tocava tinha acabado, o Phu tinha saído do DFC e o Royal Street Flesh do Evandro tinha acabado. Então pela vontade de continuarmos a tocar montamos a banda. E de repente o Evandro apareceu com esse nome, dizendo que tinha lido nos gibis do Wolverine que os homens macaco em 2099 dominariam o mundo e essas coisas… enfim gostamos do nome e aceitamos a proposta.

Quantas mudanças na formação?
Robson: 
Incontáveis mudanças, somos a banda de Brasília que mais mudou de integrantes. Eu mesmo já sai da banda 2 vezes e voltei, hehehe

Com 3 anos a banda já havia feito 70 shows, ao completar 10 anos você tem noção de quantos shows vocês fizeram e por quantas cidades vocês já passaram?
Robson: 
Acho que estamos com mais de 500 shows nas costas. Já passamos por todas as capitais do Nordeste, Belém no Norte, tocamos em Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba. Falta tocarmos no Acre, Rondônia, Roraima, Raposa Serra do Sol, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.

A Macakongs é uma banda ativa e que vai além do formato CD, videoclipe e shows, tendo inclusive lançado uma revista em quadrinhos, a Macakomics e teve uma de suas músicas na trilha do filme Canibal Maniac. O que você acha que falta a banda fazer?
Robson: 
Nunca pensamos muito nisso não. Nesse ponto somos meio niilistas, vamos tocando, fazendo música, e gravando discos por diversão e para espantar o tédio. Dinheiro não rola mesmo, pois seria ótimo poder viver só pra música. Mas acho que pra banda seria importante uma tour pela Europa, não é difícil, é só nos organizamos pra isso, mas acredito que em 2010 vai acontecer.

O quarto CD da banda, Tropicanália, chegou cheio de participações ilustres como Gepeto (Ação Direta), X (ex- Câmbio Negro), Túlio (DFC), GOG e Digão (Raimundos), participações essas que supriram a falta de vocalista na banda. Vocês já pensaram em fazer um show com a participação desses amigos?
Robson: 
Essas participações foram importantíssimas, são amigos que nos deram uma força quando precisamos. Queremos tocar com todos, no lançamento do disco a idéia inicial era de tentar trazer todos para participar mas foi impossível fazer isso. Convidamos o GOG e o Tulio para cantar conosco no show do Porão do Rock de 2008 e foi maravilhoso. Mas conseguir juntar a galera é dificil são compromissos diferentes e as agendas acabam não batendo.

Sabemos que Brasília e o centro-oeste tem bons festivais e já apresentou boas bandas para o resto do Brasil, mas sempre fica aquela curiosidade. Como anda a cena brasiliense?
Robson: 
Bom, cena como existia nos anos 80 e 90 não existe mais. As pessoas compram poucos discos, os produtores raramente pagam sequer uma garrafa de água pras bandas, shows que atrasam uma eternidade pra começar e isso desestimula as pessoas a irem, além de outras coisas que desanimam. Há excelentes bandas em brasilia como o DFCOs MaltrapilhosXLinha de FrenteXGalinha PretaMore Tools e etc. Mas shows são poucos por falta de espaço e de produção que respeite as bandas. O que acontece atualmente de “melhor” em Brasília em termos de produção acredito que é o Porão do Rock, os shows que o Márcio do Maltrapilhos faz de vez em quando, entre poucos outros.

Como surgiu a idéia de montar um selo independente?
Phu: 
Surgiu da falta de selos que quisessem nos lançar. Então criamos o selo para lançar nossos discos e das bandas dos amigos

Qual foi o seu primeiro contato com o rock?
Robson: 
Quando eu tinha uns 5 ou 6 anos de idade lembro do meu pai ouvindo Creedence, Pink Floyd, Eric Clapton e essas coisas, foi por aí meu primeiro contato com o rock.

Qual o primeiro álbum que você ouviu?
Robson: 
Na verdade não teve um único primeiro álbum, eu comecei ouvindo um monte de coisas ao mesmo tempo. Quando fui me interessar por música mesmo eu tinha uns 12 ou 13 anos, e comecei ouvindo o Garotos Podres “Mais podres que nunca” , o Ramones “Rocket to Russia”, o AC/DC “Fly on the Wall”, as bandas de Brasília na época como o Detrito Federalque era a minha predileta, entre muitas outras bandas.

São dez anos de bandas, quais seriam as coisas que continuam exatamente iguais dentro da cena undeground e o que mudou?
Robson: 
O makacongs2099 tem 10 anos mas principalmente eu e o Phu temos 20 anos que tocamos em bandas, e participamos do underground brasiliense. E em todo esse tempo já vimos de tudo como shows feitos improvisados com 1 amplificador pra ligar todos os instrumentos e a voz, bateria com pele rasgada, polícia mandando parar o show, e todas essas coisas que acabam sendo comuns em nosso meio.
Hoje o que continua igual é a capacidade de renovação, sempre tem banda surgindo, sempre tem algum moleque querendo montar banda ou fazer shows.
A coisa que melhorou é a estrutura para show que, apesar de não ser a ideal, está bem melhor. Hoje em dia é comum ter amplificadores marshall, meteoro, baterias de qualidade, operadores de som que sabem operar e isso é uma grande coisa.
E a maior mudança de todas é, sem duvida, a Internet. Na minha opinião ela fez uma verdadeira revolução na música e no modo como a encaramos.
Acabou o monopólio das grandes gravadoras,  hoje qualquer banda grava sua música e/ou o clipe coloca no site e em segundos o mundo inteiro pode conhecer a banda e tudo isso com baixíssimo custo.

Macakongs 2099 é:
Robson [guitarra]
Phú [baixo]
Traidôr [vocal]
Fabricius [guitarra]
Fredvan [bateria]

Para conhecer mais:
www.macakongs2099.com.br
www.myspace.com/macakongs2099
www.fotolog.com.br/m2099

Para entrar em contato:
macakongs2099@hotmail.com (email e msn)

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
Top