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Dead Fish e Matanza – Juicebox apresentou e fez bonito!

Texto por Deise Santos
Fotos por Paulo Vitor e Roberth Trindade

Existem alguns shows que devem ser assistidos despidos de qualquer preconceito ou expectativa, às vezes por terem nomes desconhecidos no cast, por misturar estilos ou pelo local onde serão realizados. O Juicebox Apresenta era um caso desses, o local escolhido não ajudava acusticamente, quadra de esportes não são apropriados para apresentações musicais, mas a atitude e iniciativa de fazer o evento fizeram valer a pena a saída de casa para ver o espetáculo. Nada de no final da noite reclamar, dizer que o show estava com um som razoável ou tava calor demais, o evento mereceu a presença de cada um presente e não foram poucos, pela já citada iniciativa de levar a São Gonçalo um evento independente do porte que foi.
A estréia do novo formato da festa Juicebox, no Clube Tamoio, como Juicebox Apresenta levou para o palco do clube cinco bandas representantes do rock, numa verdadeira mistura sonora, regada aos sons de DJs que fizeram a festa para os ouvidos mais atentos, tocando desde Dead Kennedys e Ramones até Metallica. O evento teve alguns atrasos, nada que tirasse o ânimo das mais 2500 pessoas presentes ao evento.
Os trabalhos foram abertos pela banda de São Gonçalo Ematoma, o local ainda estava pouco cheio, muita gente do lado de fora, se refrescando com goles de cerveja, enquanto enfrentavam a gigantesca fila para entrar, a banda foi um pouco prejudicada pelo som que ainda estav sendo regulado, mas isso não tirou a energia da banda que tem presença de palco e uma sonoridade pesada e agressiva, entre os sons rolou: “Guerra” e “Corrupção”.
Na sequencia veio a turma d’A Kombi que pega Crianças, com seu vocalista desfilando vários modelitos de peruca e disparando seu set list irreverente, a começar pela primeira música: “Chorando se foi”, gravada nos idos aons 80 pelo grupo Kaoma e contou até com “Hatuma matata” (musica-tema das aventuras de Timão e Pumba), entre outras pérolas.
Uma pequena pausa para o publico retomar o fôlego ao som de muito punk rock e metal, e logo a banda Madame Machado subiu ao palco, para oferecer ao público um show divertido e muito profissional, com músicas próprias e releituras de muúisca como “Take on Me” do A-ha e “Livin’la Vida Loca”, do Ricky Martin. O naipe de metais é um capítulo à parte na apresentação da banda, que tinha até um de seus integrantes com uma fantasia de esqueleto (prévia do carnaval? ) que deu um “que” especial na apresentação.
Findada a bateria de apresentações das bandas de abertura e o publico se preparou para ver Matanza e Dead Fish. Alta madrugada, o teor et[ilico no talo para alguns, o sono batendo em outros, mas nada foi motivo para desânimo e apatia.
O show do Matanza começa e o público responde à altura. Quem já foi a um show dos caras sabe como é a sequência de hits e interação com o público. Show divertido, com boas execuções, mas sem muitas novidades.
O show do Dead Fish fechou a noite, literalmente, tocando altas horas da madrugada, ou melhor, nas primeiras horas de comemoração do aniversário de Rodrigo Lima, que antes de subir ao palco falou: “ao subir nesse palco estarei completando 37 anos de vida”. Abriram com “Asfalto”. Perfeito. Público acompanhando, o ritmo frenético de Marcos, Alyand, Phil e Rodrigo. Em seguida “Sonho Médio”, “Bem vindo ao clube” e o público cada vez mais insano, subindo ao palco, querendo cantar e dar moshs.
Na metade do show, quando começava a cantar “Canção para amigos” um fã mais “ousado” subiu ao palco e roubou o protetor auricular do vocalista, Rodrigo não perdoou… Proferiu algumas palavras más sobre a progenitora do cidadão e pulou atrás dele, pra recuperar o protetor auricular, e, enquanto a caça acontecia, outros fãs aproveitaram para subir ao palco e assumiram o microfone cantando mais da metade da música e, ao retornar ao palco, Rodrigo falou: “se eu uso é porque eu preciso!”. Capítulo hilário e autêntico, como sempre tem em shows do Dead Fish.
O show seguiu com músicas do último álbum, Contra Todos, e hits que não são esquecidos pelo público que acompanhou a banda o tempo inteiro. A noite terminou com a execução de “Contra Todos”.
E, chega-se à conclusão que, ir a um show desses é uma boa forma de se começa o final de semana.

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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