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Green Day fez megashow no HSBC ARENA/RJ

Texto por Deise Santos
Fotos por Mauro Pimentel
Foto do ganhador da guitarra por Denise Silva

Uma megaprodução de rock. Assim pode ser definido o show que aconteceu nessa sexta-feira, 15 de outubro, no HSBC Arena, no Rio de Janeiro.
A expectativa de ver a banda Green Day após 12 anos desde a última passagem por terras brasileiras era grande e a ansiedade só aumentava por conta da curiosidade de ver o mega show que a banda vem realizando por onde passa com a 21st century breakdown Tour.
O local do show é meio afastado de quase tudo, mas isso não desanimou o público que já por volta das 14h se aglomerava em frente à arena multiuso aguardando a abertura dos portões, debaixo de um sol que não chegava a ser escaldante, mas que provocava um desconforto digno de início de verão carioca. Já lá dentro, com os portões ainda fechados, muita atividade, técnicos e operários preparando tudo para que o evento fosse perfeito. Testes de luzes e canhões com bolas de fogo, backgrounds sendo colocados um após o outro e o som sendo testado pela equipe técnica da banda. Tudo parte de um grande aparato que mais tarde encheria os olhos do público de espanto, surpresa e provocaria as mais variadas sensações no público de aproximadamente 12 mil pessoas que assistiu ao show.
Portões abertos, arena cheia – não lotada ainda – e sobe ao palco a banda carioca Zander. Escolhida pela produção através de indicações da Trama Virtual, talvez pela quantidade de acessos que tiveram no último mês, quando disponibilizaram para download no site o novo álbum “Brasa“, que chegou a tirar o site do ar no dia do lançamento, por conta do número de acessos e que mantém a banda no top 40 do Trama Virtual até agora. A banda fez um set curto, com músicas dos dois EP’s e do novo álbum, Brasa. Abrindo com “Como arde, so!” e seguindo com “Terreiro”, Zander fez um show quase ramoníaco, com as músicas emendadas uma na outra, para ganhar tempo, mas também para mostrar o quanto enérgico um show de rock pode ser. O público, mesmo ansioso para ver Billie Joe e seus comparsas, não fez feio e recebeu muito bem a banda de abertura, respondendo bem às músicas. E por falar em Billie Joe, o “front-boy” do Green Day subiu ao palco por duas vezes para ver a performance da Zander e pareceu gostar bastante.
Fim da apresentação da banda de abertura, público em maior número e uma pausa de 35 minutos para que o palco ficasse livre para a banda começar, o que para alguns deve estar sendo considerado o show do ano.
“Song of the Century” abriu o show, seguida de “21st Century Breakdown” com a banda muito à vontade e com o público na mão. A cada música, o show ficava mais intenso e com o público beirando a insanidade. Os recursos de palco foram um show à parte, com backgrounds caindo um após o outro, mostrando todas as fases da banda, com artes dos álbuns executados durante o show e explosões seguidas de bolas de fogo que subiam no fundo do palco, causando um impacto muito grande no público presente. O show é um espetáculo de música e interatividade total com o público. Srº Armstrong sabe como conquistar seu público, mostrando-se um artista completo: ele canta, toca e representa, não só ele, afinal a banda se fantasia, executa as músicas performaticamente e fazem com que os fãs sejam parte do show.
Como é de praxe acontecer em shows ao redor do mundo, mas principalmente no Brasil, um fã jogou no palco uma bandeira do Brasil que de pronto foi pega pelo vocalista e guitarrista que a colocou sob os ombros como uma capa e simulou o voo de um super-herói para delírio dos fãs. Antes de começar a executar “Holiday”Billie Joe pediu para que uma criança subisse ao palco. Um menino que aparentava ter 12 anos subiu ao palco, teve a bandeira colocada nas costas e Billie começou uma sessão de exorcismo com o pequeno que culminou no menino se jogando no chão e, em seguida, dando um stage dive.
Ainda apostando na interatividade total com o público, Billie intimou a presença de um bom cantor ou cantora para acompanhar a banda na próxima música. Uma menina sobe ao palco, mas logo no início de “Longview” ela não canta bem e Billie convida outro fã, esse sim, canta, toca guitarra junto com o frontman da banda e até puxa coro de “hey! hey!” e depois “olê olê olê olê Green Day Green Day”, resultado? Gil, o sortudo saiu do palco com uma guitarra que ganhou do líder da banda (assista ao vídeo final e leia entrevista feita com o sortudo aqui).
Sem dúvida o show é para fãs de todas as idades, algo como um programa familiar em que pais e filhos se divertem ao som de boas doses de rock and roll. Talvez pensando nisso, Billie e sua turma tenham resolvido fazer um medley no meio do show, onde tocaram trechos de covers de Guns and Roses (Sweet Child o’Mine), Black Sabath (Iron Man), The Beatles (Hey Jude), Rolling Stones (Satisfaction), Ramones (Blietzkrieg Bop), Led Zeppelin (Rock n roll”) e AC/DC (Highway to Hell), o que causou estranheza em alguns presentes, gerando inclusive comentários no meio do público sobre ser desnecessário e descabido tocar covers no meio do show.
Comentários à parte, o show continuou e após mais duas horas e meia de show, com direito a arremessos feitos por canhões de ar comprimido com papel de seda picado com caveirinhas e o nome da banda estampados, camisetas e serpentinas feitas com papel higiênico, a banda se despediu do público que não arredou pé da arena multiuso. Afinal, faltavam algumas músicas que certamente não ficariam de fora da turnê, como o bis confirmou com as músicas “American Idiot” e “Jesus of Suburbia”. Mais uma despedida e o público não fez nem menção de sair da arena, quando a banda retornou e executou a baladinha “Wake Me Up When September Ends”, metade acústica e a outra metade com a banda acompanhando e fecharam a noite com “Good Riddance”.
Depois de quase 3 horas de espetáculo, as luzes do HSBC Arena se acenderam e o que pode ser visto foram rostos sorridentes numa marcha lenta que levava uma multidão para fora da arena.
Missão cumprida por parte da banda e do público. E que os mais conservadores e vigilantes do rock não venham dizer que os “meninos” do Green Day decepcionaram, afinal eles cresceram, se divertem e divertem seu público com um show completo e impecável.

SET LIST:

01.Song of the Century
02.21st Century Breakdown
03.Know Your Enemy
04.East Jesus Nowhere
05.Holiday
06.We like men
07.do you want my muffin man
08.Sex Anyone?
09.Are We the Waiting
10.St. Jimmy
11.Boulevard of Broken Dreams
12.How did our dicks get small
13.When we were gay
14.I Hate spics
15.Do you want my small dick.
16.We Gay, You Gay
17.What what in the butt
18.South America Sucks ass.
19.Brain Stew
20.Jaded
21.Longview
22.Basket Case
23.She
24.King for a Day
25.Shout (The Isley Brothers cover)
26.21 Guns
27.Never coming here again

Bis
28.American Idiot
29.Jesus of Suburbia

Bis 2
30.America is Better
31.Wake Me Up When September Ends
32.Good Riddance (Time of Your Life)

 

Vídeo

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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