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Cripple Bastards se despede com show insano no Rio de Janeiro

Cripple Bastards + Ataque Periférico + Deus Castiga + Desistä
(Planet Music/RJ @ 22/04/2012)

Texto e fotos por Deise Santos

Domingo de feriadão, tempo nublado, Vasco e Flamengo se degladiando pela classificação da Taça Rio e Anthrax e Misfits tocando na Lapa. Realmente o Rio de Janeiro estava com o dia agitado e ficou mais ainda em um determinado ponto da zona norte carioca, onde os italianos da Cripple Bastards que são referência do grindcore europeu desembarcaram para fazer uma apresentação que pode ser classificada como brutal. Para ficar mais memorável ainda, o show marcou a volta da banda Ataque Periférico aos palcos e lógico que o show ficou com um clima de naftalina, já que boa parte do público esperava pela volta da banda.
Para dar a boas vindas ao quarteto, a produção do evento escalou três nomes que representaram muito bem o cenário carioca: a primeira delas, Desistä é uma banda nova formada por velhos conhecedores do underground carioca. Mesmo com a saída repentina do baterista, que abandonou as baquetas no meio da semana anterior ao show, a banda contou com Thiago (SMH) para assumir a cozinha e conseguiram dar o recado em pouco mais de 10 minutos de show onde tocaram cerca de meia dúzia de sons, que foram o estopim para quem ainda insistia em ficar do lado de fora, entrar e curtir os shows.

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Logo depois, numa troca rápida de palco, subiram os integrantes da Deus Castiga. A banda tem pouco tempo de estrada, mas tem conquistado o público e é considerada a revelação do underground carioca dos últimos tempos. Com uma sonoridade visceral, comandada pela guitarra de Rafael Parra (ex-Ataque Periférico) e pelo vocal aguçado de Anderson, a banda tocou músicas do álbum I am alive Fucking Dead, entre elas: ” Scars”, “Dreaming”, “My Blood”, além da faixa-título do álbum “I am alive Fucking Dead”.


Show rápido e logo o palco estava sendo ocupado pelos maloqueiros da banda Ataque Periférico. Rafael Parra permaneceu no palco, para fazer seu último show no comando da guitarra, que a partir de agora será comandada por Thiago Boka (ex-Uzômi/Satangoss). Para surpresa de todos, o show inteiro rolou com duas guitarras, uma formação que deu muito certo e se não fosse a falta de tempo do Rafael para se dedicar à banda, seria perfeito ter a Ataque Periférico com essa formação. O show foi no sistema Ataque Periférico de sonoridade. Uma música emendada na outra, com espaço somente para alguns comentários, como a parabenização da paternidade de Rafael Parra, que está “buchudo” como disse o vocalista Valcimar e a apresentação do novo guitarrista Thiago Boka. Além é claro do convite para que Andreas Schintu (baixista da Cripple Bastard) subisse ao palco para cantar “Crucificados pelo Sistema”. Entre as músicas: “Nova Ordem Marginal”, “Esperto que é esperto morre de velho”, “Bezerra” e para fechar de maneira clássica e retrô “Ataque Periférico”., cantada em uníssono pelo público, naquele clima de malandragem e diversão.

Pausa para preparar o palco para receber os italianos. O público aguardava ansioso pela ocupação do palco pelo  quarteto e eis que Giulio “The Bastard” e seus amigos sobem ao palco para fazer o último show da turnê que passou por São Caetano (Cidadão do Mundo) , São Paulo (Hangar 110), Recife (Abril Pro Rock). Se antes de subir ao palco o frontman da Cripple Bastards circulava pela casa de shows e falava com todos de uma forma dócil e tranquila, ao subir ao palco a transformação é visível. A performance insana, com os olhos vidrados e vocal marcante imprimiram na noite toda a brutalidade que a banda expressa em suas músicas, entre os sons, eles tocaram: “Mondo Plastico”, “Karma del Riscatto”, “Polizia” e “Misantropo a senso unico”, entre tantos outros clássicos da banda. Foram quase 43 minutos de grindcore, acompanhados insanamente, nota a nota, pelo público.
No fim, exaustos e com sorriso no rosto, público e bandas se misturavam, entre cumprimentos,  compra de merchandise e bate-papos que exaltavam o quanto a noite foi divertida e intensa.
Que não demorem a retornar a terra brasilis.

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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