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CJ: uma vez Ramones, sempre um Ramone

CJ RAMONE (Teatro Odisséia – RJ @ 18/09/2012)

Textos e Fotos por Deise Santos

O Rio de Janeiro já se acostumou a receber shows clássicos no meio da semana e dessa vez o show tinha cheiro de naftalina na platéia. Muitas camisetas do Ramones que não saíam de casa há muito tempo, foram vestidas por fãs de todas as idades que foram ao Teatro Odisséia ver C.J. Ramone.
A discotecagem, a cargo do DJ Terror deu as boas vindas ao público, teve  Cólera, Mercenárias, Agnostic Front, Replicantes, Misfits, Confronto, entre muitas outras bandas de cenário independente. Isso foi o “esquenta” da noite, já que a produção optou por não colocar banda de abertura. Ótima escolha, já que o show aconteceu numa terça-feira.
Sem muita cerimônia, eis que sobe ao palco do Teatro Odisséia, CJ Ramone e a banda que está acompanhando ele na turnê de lançamento do álbum Reconquista. Na guitarra nada mais nada menos do que Steve Soto e na bateria Michael Stamberg, ambos da banda Adolescents. Nesse momento os fãs já começaram a gritar “Hey Ho Let’s Go” e a banda começa os acordes de “Judy is a punk”, emendando em “Blietzkrieg Bop” e “Cretin Hop”, pausa nas músicas dos Ramones e é tocada “What we gonna do now”, música que abre o novo álbum de CJ, mais ramoníaca impossível, aliás esse álbum poderia ter sido facilmente ter sido gravado pelos Ramones.
A volta aos clássicos dos  Ramones se dá com “Beat on the Brat” e esse primeiro bloco de sons é encerrado com “Ghost Ring”, que tem uma pegada bem The Clash, que a faz grudar no ouvido.
Agora sim, CJ Ramone faz uma pausa para respirar e cumprimenta o público, que nesse ponto já está grudado no palco, alguns já suados de tanto agitar e outros simplesmente paralisados por estar vendo um dos Ramones. Vale ressaltar que uma parcela do público não aparentava idade pra ter visto os quatro no palco, nos idos 90’s.
CJ comenta que na noite do show, 19/09, caso Dee Dee estivesse vivo, estaria comemorando mais um ano de vida e ele, docilmente perguntou ao público se poderia ajudá-lo a cantar Feliz Aniversário pra ele. E assim foi, Dee Dee recebeu um Happy Birthday especialíssimo de CJ e do público carioca que emocionado, ao final da canção de felicitações começou a gritar “Dee Dee Dee Dee”.
Na sequência, para manter o clima de emoção, CJ puxa a música “Endless Vacation”. Lágrima nos olhos de alguns presentes e o show continou nessa energia de saudosismo, sorrisos no rostos e alguns abraços entre amigos.
O set list contou ainda com “Strenght to Endure”“I Wanna be your boyfriend”“Glad to see”“Animal Boy”“Pinhead”“Commando” e “Aloha Oe”, mais uma do álbum que está sendo promovido na turnê.
Pausa para respirar. A banda sai do palco, mas retorna para finalizar essa noite que será inesquecível, fechando com “Rockaway Beach”“Three Angels”, esta feita em homenagem a Johnny, Joey e Dee Dee, “Do you wanna dance”, “California Sun” e “R.A.M.O.N.E.S”.
Depois de um show desses, quem se atreve a dizer que o punk está morto?
Shows como este mantém a memória viva e o punk rock correndo nas veias. Faz com que lembranças de outros shows venham à tona, como as outras passagens dos Ramones ou algum dos Ramones pela cidade maravilhosa:

  • Canecão em 1992, show este que completa 20 anos no final de semana após a passagem de CJ pelo Rio. Show este que terminou por conta do lançamento de uma bomba de gás lacrimogênio no meio do público.
  • Circo Voador em 1994.
  • ATL Hall, em 1996, com a turnê Adios Amigos.
  • Marky Ramone passou por aqui no Close Up Planet (Apoteose) e no Circo Voador.
  • CJ tocou com a sua outra banda, Los Gusanos, na Fundição Progresso.
  • Ritchie veio com Mike Leigh, irmão de Joey Ramone para tocar na Drinkeria Maldita.

Uma coisa é certa: uma vez Ramones, sempre um Ramone.
Gabba Gabba Hey!

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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