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Um ano sem Redson Pozzi

O filho vermelho foi uma águia que em sua vida sempre enxergou além da paisagem e do horizonte visíveis a olhos leigos.
Sempre voando alto, acima das nuvens, ele enxergou a essência das coisas e das pessoas. Com audição aguçada, ouviu o grito dentro de cada um, inclusive do planeta terra. E fez com que esse grito ecoasse, em letras que mudaram muitas vidas, que fez uma geração refletir sobre suas vidas, suas ideias e sua contribuição para o mundo.
Caiu e se levantou algumas vezes. Fez da guitarra sua arma, da voz seu gatilho e das ideias e observações do mundo sua munição. Declarou guerra ao sistema. Sistema de classes, sistema financeiro, sistema terrestre. Uniu diferentes seres, mostrou que se queremos algo realmente, podemos construir, podemos criar e podemos gerir.
Ele falou dos subúrbios, do mar, da praça da paz.

O faça você mesmo foi sua religião. A fé no outro e na ânsia de realizar, não deixaram que ele parasse, nunca.
Um show do Cólera, não era um show com banda no palco e público no chão, era um show de troca e de sintonia. Impossível sair indiferente depois de uma, duas ou três horas de show do Cólera. Impossível não usar uma frase escrita por ele ao menos uma vez na vida, para dar exemplo sobre algo que te indignou ou para dar uma palavra de apoio a um amigo numa situação difícil.
Forte e grande somos nós, porque acreditamos nisso, porque um dia, um cara junto com seu irmão, resolveu montar uma banda de punk rock pra protestar sem ser panfletário, mas sim pacifista.
Num mundo onde o caos mental é geral, um cara gritou: Hey Urgente! Me falta oxigênio, deixe a terra em paz!!
E assim a águia filhote se foi.
Acredito que ele tenha alcançado o que tanto procurou durante sua trajetória e por ter encontrado, se superou e precisou partir.

Voa águia filhote!
Redsoooooooooooooooonnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn!

 

Texto por Deise Santos
Foto por Mauro Pimentel

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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