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Confronto faz show memorável para lançar Imortal no Rio de Janeiro

Confronto + Lacerated and Carbonized + Bandanos + Cervical
(Teatro Odisséia/RJ @ 17/11/2013)

Texto e fotos por Deise Santos

Teatro Odisséia foi palco, neste domingo, de um evento brutal, onde juntou-se o hardcore nova iorquino executado pela Cervical, o crossover da Bandanos e o death metal da Lacerated and Carbonized, ou seja, uma mistura sonora que soou perfeita para dar as boas vindas ao novo álbum da banda Confronto“Imortal”.

Apesar do temporal que caiu no meio da tarde e do feriado prolongado, o público compareceu ao boêmio bairro da Lapa, para prestigiar o evento. Claro que os cariocas não estão acostumados com eventos que começam na hora e ainda tiveram aqueles que esperaram a chuva cessar para se dirigir à casa de shows. Por conta disso, o show da banda macaense Cervical começou com um público bem pequeno, mas no final do show, a casa já estava mais cheia. A banda tocou com um guitarrista a menos, já que Leonardo teve problemas particulares e não pode – infelizmente – comparecer ao show, claro que sentiu-se a falta da outra guitarra, mas o show foi brutal, uma prova de que a banda vem evoluindo sonoramente a cada apresentação e o resultado é um show impactante, comandado pelo vocalista Pascoal que imprime mais agressividade nas músicas nas apresentações ao vivo, principalmente as do álbum “Caminhos da Dor”, além de alguns novos sons.

Na sequência, após o público dar uma passada pelas banquinhas de material das bandas convidadas e da banda anfitriã, foi a hora da paulistana Bandanos subir ao palco. Com nova formação e sem tocar no Rio de Janeiro há pelo menos 2 anos,  o quarteto descarregou seu crossover sem frescuras e com muita agressividade, para um público ainda tímido, concentrado do meio para os fundos da casa. Estariam eles guardando energia para os próximos shows? Talvez. A banda apresentou novos sons, que sairão num álbum a ser lançado em breve pela Läjä Records e tocaram músicas antigas, como “Te amo porra!”“Indiferença” e “Justiça das Ruas”,  pra fechar, a banda tocou “Subliminal”, cover da banda Suicidal Tendencies. Bruto e direto.

Mais uma pausa e chegou a hora da banda Lacerated and Carbonized subir ao palco. A banda vem representando muito bem o Rio de Janeiro quando o assunto é death metal, a execução das músicas, a presença de palco dos integrantes e as letras viscerais, fazem com que o show da Lacerated and Carbonized  soe como um triturador gigante, que massacra a alma do público. Sem dúvidas um dos shows mais marcantes que o público carioca presenciou nos últimos tempos. Entre os sons, músicas dos álbuns “Homicidal Rapture” e “The Core Of Disruption”, este último lançado no primeiro semestre deste ano.

Pausa para respirar e se preparar para receber a CONFRONTO. Equipamento a postos, público colado no palco e a uma música incidental começou a tocar. Um a um os integrantes subiram ao palco e, para surpresa de boa parte do público, a banda não abre com uma música nova, mas sim com “Abolição”, música que abriu o álbum anterior, “Sanctuarium”. Sinônimo de brutalidade, a música deu o tom de como seria o restante da noite. A surpresa por ouvir primeiro uma música que já faz parte da história da banda deixou o público mais leve e pronto para receber outras pedradas sonoras que viriam em seguida. E aí foi a escolha do público:  se acotovelar na frente do palco para dividir o microfone com o vocalista Felipe Chehuan em alguns sons, ficar no meio da casa de shows participando dos circle pits insanos ou ficar mais no fundo para curtir os sons com mais tranquilidade. Cada um fez sua escolha e o Teatro Odisséia pode presenciar um show histórico, de uma banda que evolui a cada passo dado.   A chegada do álbum Imortal, sem  dúvidas, é um marco na história do metal nacional. A Confronto está mais madura, a prova disso foram as execuções brutais e carregadas de energia de músicas como “Meu Inferno” – que já vinha sendo tocada nos shows antes do lançamento do álbum -, “Aos Dragões” , “Levante”“Eu sou a revolução”“Flores da guerra” e  a música que dá nome ao álbum. Inclusive as músicas do “Causa Mortis” e DO “Sanctuarium” foram tocadas com mais agressividade e peso do que nas versões originais, como “Ocupação” e “Guerra, queda e Morte”.
Para fechar, “Santuário das Almas”, que já se tornou música obrigatória nos shows da Confronto e assim o show chegou ao fim, deixando aquele sentimento de que tudo aconteceu rápido demais, como aqueles álbuns que apertamos o play e quando menos esperamos já chegou ao final, pena que no caso do evento, não há como apertar o repeat. Memorável.

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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