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OFF! Aula de hardcore com abertura d’Os Estudantes

OFF! + Os Estudantes
(Teatro Odisséia/RJ @ 20/11/2013)

Texto por Deise Santos
Fotos por Maurício Porão

 

Contrariando estatísticas pessimistas do mundo do rock, o Rio de Janeiro surpreendeu os mais céticos e patrulheiros da chamada “cena” e entrou no trajeto de alguns shows bacanas que aconteceram nos últimos tempos, o último exemplo disso foi o show do OFF!, na última quarta-feira, dia 20 de novembro, no Teatro Odisséia. Azar de quem não foi! Aula de hardcore, só faltou a lousa e a palmatória, mas os outros ingredientes estavam lá.
Duvida?!? A banda de abertura foi a carioca Os Estudantes. Opa! Indícios de aprendizado no palco, afinal com um show curto e agressivo, a banda deu o tom do que estava sendo reservado para aquela noite. Convidados de última hora para participarem do show, os quatro integrantes agradaram ao público que assistia ao show. No set músicas do álbum Pedras Portuguesas na sua cabeça, como “Meus Parabéns”“Fogo Amigo”“Necrose Social” e “Pedras Portuguesas”. Definitivamente Os Estudantes fizeram a lição de casa, show impecável.
Pausa para as cervejas, cigarros e visitas à banquinha de material, enquanto o palco ia sendo organizado.
E, quando menos se esperava, Keith Morris (voz), Dimitri Coats (guitarra), Steve McDonald (baixo) e Mario Rubalcaba (bateria) ,ou seja, a banda OFF! entrou no palco do Teatro Odisséia. Sem conversa e sem cerimônia, eles descarregaram “Panic Attack”! que durou pouco mais de um minuto, música curta, mas com a dose certa de adrenalina em um público que estava em choque e que parecia querer dizer: ainda não acredito que uma das lendas do hardcore, um dos caras que colocou a mão na massa para que o hardcore existisse até hoje está aqui na nossa frente! O show foi intenso, afinal OFF! é uma banda nova com músicos mais do que cascudos e com uma bagagem imensurável. As músicas que chegam no máximo a 90 segundos de duração fizeram com que a apresentação se mantivesse nos 220 volts, com público e banda curtindo insanamente cada segundo. Curtiram tanto que Dimitri Coats insamente se jogou no público, com guitarra e tudo, sendo carregado pelos fãs e devolvido ao palco. Nem nos momentos em que Keith Morris fez discursos criticando a política norte-americana a energia caiu. No set , as músicas da pequena discografia de EP’s, como “Poison City”“Full of shit”“Black Thoughts”“Darkness”“Jeffrey Lee Pierce”, e os sons do full lenght OFF!, como “Elimination”“King Kong Brigade” e “Wrong”, foram cantadas pela plateia, se não em sua maioria, mas em boa parte do show.
Tudo muito simples, direto e autêntico. Sem dúvidas foi uma aula sem lousa, mas com lições de como se comportar em um palco, quando o assunto é hardcore.
E, assim como começou, acabou. Rápido. Não houve tempo para pensar que o set estava chegando ao fim. O público e a banda se mantiveram tão ocupados se divertindo e curtindo, que quando o fim chegou, Dimitri deu um stage dive e desceu no meio da platéia, enquanto só ficava o zumbido no ouvido, o suor nas têmporas e o sorriso no rosto de cada um.

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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