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Saideira hardcore lotou o Teatro Odisséia

Dead Fish + Plastic Fire + Jason 
(Teatro Odisséia/RJ @ 29/12/2013)

Fotos e texto por Deise Santos

Aconteceu ontem, dia 29 de dezembro, no Teatro Odisséia, a Saideira pra quem curte hardcore no Rio de Janeiro. Organizado pela CHC e pelo Teatro Odisséia, o evento reuniu três nomes importantes do cenário independente nacional: Dead Fish,Plastic Fire e Jason.
Show com cara de matinê e que levou um público excelente para o bairro da Lapa, mesmo com o calor infernal que assolou a capital carioca na tarde de domingo. Como o Teatro Odisséia tem sido fiel com os horários dos shows e não houve venda de ingressos antecipados, o público chegou cedo, para garantir um dos 500 ingressos colocados à venda na porta. Porém, um pequeno atraso na abertura da casa, fez muita gente reclamar e ficar chateada por ter que ficar em pé por mais de 2 horas, sem contar o fato de ter que comprar e entrar imediatamente na casa de shows.
O leve atraso não comprometeu a noite, que mostrava que seria quente, LITERALMENTE.
A primeira banda a subir ao palco foi a Jason. Com repertório diversificado, a banda tocou “A Crise”, “Álbum de Família”, “O crime compensa” e “O homem que odiava as mulheres”, além de outros sons que representam bem os mais de 15 anos de estrada da banda. O show da Jason pode causar estranheza para quem não está habituado com o tipo de som que a banda faz, mas com certeza o público acaba sendo fisgado pela energia da apresentação do quarteto. No fim do show, o ar condicionado já mostrava que não daria vazão e algumas pessoas procuraram o segundo piso para se refrescar, se é que isso era possível num ambiente com lotação máxima.
Pausa para troca de equipamentos e logo subiu ao palco os meninos da Plastic Fire. Reynaldo Cruz, vocalista da banda que vem se destacando cada vez mais no cenário nacional, saudou o público presente, agradecendo por cada um estar lá e lembrando que a banda conseguirá lançar o próximo álbum “CIDADEvelozCIDADE”, graças ao público que contribuiu numa campanha de crowdfunding chamado Catarse, ou seja, o público participou de um financiamento coletivo. Após os devidos agradecimentos a banda engatou num show catártico. Não é à toa que a banda tem dividido o palco com tantos nomes bacanas da cena hardcore, a Plastic Fire melhora a cada show. Entre os sons, músicas do álbum “A última cidade livre” e “Chumbo” este um 4-way que a banda gravou junto com as bandas Zander, Bullet Bane e Fire Driven, além da música “Dinossauro” que estará no novo álbum. . Destaque para as músicas “A última cidade livre” e o “Preço de ser impessoal”, que já viraram marcas registradas nos shows desses cariocas.
Pausa um pouco mais longa e chega a hora do Dead Fish subir ao palco. A essa altura termômetros explodiriam se fossem colocados dentro do Teatro Odisséia, a sensação térmica era altíssima e os corpos suados do público presente faziam subir um vapor que parecia que queimaria a pele de quem ficasse muito tempo num mesmo lugar. Banda postos e Rodrigo Lima, vocalista da banda, começa a noite agradecendo os presentes e propondo um acordo com o indivíduo que furtou o celular dele: caso o show fosse uma merda, o ladrão poderia ficar com o celular, mas se o show fosse foda, o ladrão entregaria o celular na bilheteria.
Dado o recado, porrada na orelha dos presentes. O show começou com “Autonomia” e seguiu naquela energia insana que só um show do Dead Fish provoca com enormes rodas de pogo e pessoas dando mosh desde o primeiro acorde até o último. Chegar à beira do palco era um desafio que muitos fizeram questão de vencer, para poder subir ao palco. Tudo num clima de muito respeito e união. No meio do show, os anfitriões da Plastic Fire foram convidados ao palco para cantarem “Tão Iguais”, Reynaldo Cruz assumiu o microfone juntamente com Rodrigo Lima, numa dobradinha que já havia sido presenciada pelo público durante a gravação do DVD do Dead Fish no Circo Voador, memorável!
Nem os músicos foram poupados do calor, afinal, ter pique para tocar e receber o calor do público e da iluminação do palco não é brincadeira. Recursos para amenizar o calor foram colocados à disposição, entre eles um ventilador no palco e pedras de gelo. Tudo em vão.
Visivelmente esgotados pelo calor, a banda não entregou os pontos, descarregando altas cargas de energia sonora com as músicas “Asfalto”, “Viver”, “Venceremos”, “Contra Todos” (na qual Rodrigo citou a vergonha do campeonato brasileiro deste ano), “Tango”, “Paz Verde” e “Mulheres Negras” (que contou com a participação desta que vos escreve).
O show caminhou para o final e a banda deixou o público com a alma lavada com “Sonho Médio” fechando a noite.
A saideira foi realmente caprichada e se o ladrão não deixou o telefone celular na portaria, ele realmente é um mau caráter, pois o show foi foda!

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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