You are here
Home > Räskuño > Uma noite Street Punk em Barcelona

Uma noite Street Punk em Barcelona

Perkele + Komintern Sect + Bishops Green
(Razzmatazz/Barcelona @ 11/04/2015)

Texto e fotos Sidney Dore


Um dia que vai ficar na memória: 11 de abril de 2015. Eu e um amigo nos encontramos em Barcelona e fomos conhecer um pouco da cena subcultural Catalã.
Antes de começar nosso role, comemos no mercado La Boqueria e fomos encontrar uns amigos de conhecidos nossos em um lugar na carrer de constitició. Era um mercado de rua com bares e com venda de material independente, desde CD´s, vinis, camisas, patchs, buttons e fanzines. Lá encontrei o responsável pela Redstar73 Records, o que me possibilitou fazer a troca de alguns fanzines e deixar uma cópia do álbum da minha banda e a compilação street punk brasileira “Para Incomodar”.
Depois de algumas cervejas, pegamos o metrô e fomos para o local do show. Nos bares e arredores já se aglomeravam centenas de moicanos e cabeças raspadas, para dar aquela calibrada antes do show. Mais umas cervejas e entramos.
O espaço Razzmatazz não era uma casa qualquer. Com um ar meio industrial e paredes de tijolos, abrigava duas salas de show, com um ótimo espaço externo para os fumantes, além de uma estrutura brutal de som e luz. Por pouco não me deixaram entrar por conta da minha câmera, mas graças a boa vontade de um segurança, entrei .
Assim que entrei junto com o pessoal recém-conhecido, já estava no palco o Bishops Green. A sonoridade Street Punk / Oi! , com influências claras de Cock Sparrer, traçava a melodia hooligan “sing along” das torcidas de futebol, além da forte presença de palco do vocalista e os backing vocals extremamente potentes. Destaque para as canções “Alone”, cantada em couro por todos os punks e skinheads presentes; e “Stay Away” que no momento do refrão o vocalista entregava o microfone para o público que estava próximo ao palco, cantar. O show me surpreendeu bastante pela energia que a banda transmitia durante todas as músicas.
Pausa e era a hora de enfrentar a fila para o único banheiro do recinto. Mais uma cerveja e um cigarro, começava o show do Komintern Sect, clássica banda Oi! francesa dos anos 80. Era a banda que eu e meu amigo Pedro mais estávamos esperando para ver. Creio que pela importância da banda dentro do cenário punk francês, a expectativa era alta. Não desapontaram em nenhum momento do show que mostrava a potência das canções cantadas em francês, os riffs quebrados, os solos de guitarra e a presença forte dos backing vocals, cantados em couro. Deixaram as melhores músicas pro final : “Plus fort que tout” e “Pour la gloire”, que me arrepiaram de cima a baixo, com o público cantando em massa o refrão – copos e braços levantados com os punhos cerrados como uma torcida de futebol.
Mais uma cerveja e começava a banda da Suécia, Perkele. Creio que o que mais surpreendeu foi a forte melodia que atingem, ainda mais sendo um power trio. A pegada bem melódica da guitarra e do vocal, as quebradas na bateria e a linha de baixo que não deixam desapontar, fez com que o show do Perkele fechasse a noite para ficar na memória – dando destaque para as canções “Me” & “Heart full of Pride”.
Terminando o show, fomos no bar da frente, comemos um kebab e fomos beber a saideira junto com as novas amizades que fizemos: entre os punks e skinheads que conhecemos, trocamos altas ideias sobre a cena das subculturas, futebol e violência . Espero ainda encontrar esses novos amigos pelas estradas da vida!

Perkele @ Sidney Dore
Perkele @ Sidney Dore
Komintern Sect @ Sidney Dore
Komintern Sect @ Sidney Dore
Bishops Green @ Sidney Dore
Bishops Green @ Sidney Dore

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
Top