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92 Graus pede socorro

O nome 92 Graus faz parte da vida cultural curitibana há 24 anos. A casa de shows já mudou de endereço sete vezes, mas para onde quer que tenha ido, sempre levou junto o público, a história e a postura de estar sempre apoiando bandas autorais locais, nacionais e internacionais. Em seu palco já aconteceram cerca de 10 mil apresentações de bandas, entre elas estão Ratos de PorãoPin UpsCóleraAgrotóxico, RaimundosAgent OrangeTSOLFugaziAgnostic Front, entre outras. Do porão que condensava o suor do pogo e que fazia o teto pingar até a nova estrutura mais completa, J.R. Ferreira, administrador do 92º, acumulou histórias e o respeito de quem vive a cena cultural curitibana, seja full time ou em passagem pela cidade modelo com bandas e/ou amigos.

Mas agora o espaço vive um momento decisivo, os donos do imóvel resolveram vendê-lo e deram um ultimato ao administrador. Avaliado em R$ 800 mil, o imóvel pode ser comprado por qualquer interessado, já que o prazo para preferência pela compra já expirou.  J.R. acredita que é necessário fincar raízes em um local definitivo, mas como não tem condições de arcar com esse investimento, ele resolveu tentar um projeto de financiamento coletivo no site Kickante. Batizada como “Espaço Cultural 92 Graus, o show não pode parar”, a campanha permite que as pessoas contribuam com quantias a partir de R$ 20. O objetivo é arrecadar R$ 523 mil, já que o valor restante será conseguido por meio de empréstimos em bancos.

J.R. pretende transformar o 92 Graus em um espaço multicultural, com um espaço maior para o bar, um museu de música alternativa e também uma sala de ensaio e gravação, dando assim cada vez mais espaço para que bandas autorais possam se apresentar.

As recompensas oferecidas para cada modalidade de apoio vão desde um certificado de frequentador até uma coleção dos compactos lançados pelo selo Bloody Records, criado por J.R. na década de 1990, que inclui bandas como Relespública e C.M.U. Down.
Não é questão de ganhar recompensas pela contribuição, mas uma oportunidade de manter vivo um ideal de amplificar vozes, guitarras, baixos, baterias e o que mais tenha de instrumento que traduza vida em  música. É se permitir sentir a gota cair  do teto e pingar na sua cabeça enquanto você poga, ou ao menos saber que você já foi no antigo 92 Graus ( ou ouviu falar dele) e contribuiu para manter vivo esse espaço autêntico de divulgação da música e da cultura.

Quer contribuir? Acesse o link do Kickante!

 

Veja o vídeo do J.R. convidando você para contribuir com esse projeto!

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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