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O Inimigo invadirá o Nordeste

Prestes a embarcar para a primeira turnê Nordestina d’O Inimigo, Juninho Sangiorgio, guitarrista da banda, bateu um papo com o Revoluta para falar um pouco sobre a história da banda, os inimigos atuais, a influência da música na vida de cada indivíduo e claro, planos para o novo álbum e sobre as expectativas para tocar no Nordeste.

Por Deise Santos
Foto de divulgação

O que estava acontecendo em 2001? O que os motivou a montar uma banda?
Na época estávamos muito envolvidos com sons mais pesados, alguns membros tocando ao mesmo tempo no Point of no Return, mas sempre rolava a ideia de montar uma banda pra tocarmos um som diferente, mais próximos das nossas raízes punk rock.

Vocês começaram como Death From Above e de repente resolveram mudar o nome e produzir a maior parte do material em português.. Porque vocês sentiram essa necessidade?
Começamos com o nome em inglês, depois vimos que seria mais fácil se expressar em português, daí resolvemos mudar o nome e manter a maioria das músicas para português também.

Porque o nome O Inimigo?
Foi uma escolha de nome que teria duplo sentido. O inimigo como as autoridades, o poder, nosso inimigo diária da luta da vida. Mas também as formas pessoais de lutas para melhorarmos como ser humano, os sentimentos que nos levam, o inimigo que muitas vezes se forma dentro da gente mesmo.

Levando em conta o cenário político atual, existem muito mais inimigos, não?
Existem muitos e é nossa luta identificar, saber lidar com cada um deles. As coisas poderiam muito bem não ser assim, a crueldade para sobreviver está passando dos limites a cada dia, então precisamos nos cuidar, dialogar, saber expressar nossa raiva, nosso desgosto na direção certa.

E a música entra nisso como objeto transformador? Mesmo com o consumo via mp3 e streaming, você acredita que a música ainda hoje tenha esse poder de fazer o cara repensar a vida dele e refletir sobre o ambiente onde ele vive? Ou está tudo muito pasteurizado?
Acho que independente do formato a música ainda tenha o papel na vida das pessoas. Quando um disco, um artista ou uma música mexe com alguém, ela ouve aquilo, deixa entrar na cabeça e não acho que por ser um mp3 ou um vinil tenha diferença, é música e está mexendo com cada pessoa que ouve.

A banda passou por algumas mudanças na formação, essas mudanças impactaram a banda de alguma forma?
Sim, mudamos bastante, sempre acaba prejudicando ali no momento, o entrosamento, a vivência, mas todas as alterações que tivemos foram dando bons frutos no futuro, então mantivemos uma ótima relação com todos que saíram e a formação atual está me surpreendendo e já estamos criando muita coisa nova legal.

Isso quer dizer que em breve teremos um álbum novo sendo lançado? Recentemente vocês lançaram o single “Sangue Nordestino” e “Personalidades Plásticas” foi lançado em 2013. Está na hora de sair algo novo…
Sim! Já temos 6 músicas novas desde a entrada do Wellington, nosso vocalista novo. Uma delas é “Sangue Nordestino”, que gravamos em single para o pessoal conhecer uma das músicas novas, saber como está a cara da banda após essa última alteração na formação.

Alguns espaços estão fechando, como o Hangar 110, enquanto outros, na maioria das vezes menores – em formato de coletivos e estúdios – estão abrindo suas portas para eventos de bandas independentes. Como você enxerga essa mudança no formato dos espaços para shows?
Eu acho que tudo sempre vai mudando, o país é sempre muito incerto financeiramente, e é óbvio que o meio musical também entra nessa. Casas abrem, fecham, as bandas começam, acabam, sempre uma onda de coisas que vão marcando as décadas, algumas ótimas, e outras bem fracas. Eu acho que gostar de música supera muita coisa, quem realmente ama isso vai ficando, fazendo do jeito que dá. Financeiramente todos vão se virando de outra forma, mas sempre deixando um tempo e espaço pra música. Só temos que nunca deixar morrer.

Vocês já fizeram duas turnês pelos EUA e uma para o velho continente. Porque ir ao Nordeste demorou tanto?
Os três tours fora do país foram férias de todos de 1 mês, viagem com custo alto, nos programamos com bastante antecedência. A tour no Nordeste nunca rolou por ser mais perto, mais barato e acabou sempre ficando de lado por estarmos mais perto, mas algum dia sabíamos que isso ia rolar e agora é a hora!

Ter uma turnê agendada no Nordeste brasileiro mostra que o faça-você-mesmo ainda está fazendo escola. O que vocês esperam dessa turnê? Estão ansiosos?
Muito ansiosos! A correria que o pessoal de lá está fazendo é de dar gosto! A banda sempre vendeu disco e camiseta pro Nordeste, pra todas essas cidades que iremos tocar, então vai ser demais tocar pra todo esse povo pela primeira vez.

Então, o que o pessoal do Nordeste pode esperar dessa tour de vocês?
Podem esperar um set list bem caprichado, com músicas de todos os discos e Ep’s, muitos ensaios rolando esses dias pra chegarmos com a bala na agulha em cada cidade.

Juninho, obrigada por conceder essa entrevista e o espaço está aberto pra você deixar uma mensagem:
Obrigado Deise pela oportunidade, esperamos a presença de todos nessa tour tão especial que logo mais está chegando!

Confira as datas e locais dos shows:
29/09 @ Salvador + infos aqui
30/09 @ Aracaju + infos aqui
01/10 @ Maceió + infos aqui
05/10 @ Campina Grande + infos aqui
06/10 @ Recife + infos aqui
07/10 @ João Pessoa + infos aqui
08/10 @ Natal + infos aqui 

Confira os flyers da turnê:

 

 

 

 

 

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.

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