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Punk vivo e politizado invadiu o palco da Casa Motim

Active Minds, Repressão Social, Not Dead e Armísticio
(Motim – RJ – 24/09/2017).

Os Coletivos “No God No Master”, de São Paulo e “Mandarim”, do Rio de Janeiro, realizaram nesse último domingo um evento punk na Casa Motim, localizada no Centro do Rio de Janeiro. O espaço tem recebido diversas bandas, artistas independentes e tem sido uma ótima opção para eventos que resistem à lógica inacessível, comercial e desagregadora de preços cobrados por casas de shows populares. Além de acolher diversos outros eventos alternativos como oficinas e palestras, entre outros, em que o objetivo seja a resistência e o empoderamento feminino.
A tour da banda Active Minds, organizada pelo “Coletivo No God No Masters” – que já trouxe diversas outras bandas para o Brasil -, teve início em SP, passou pelo RJ e segue para o Sul.
Com seu punk extremamente politizado, desde 1986 a Active Minds tem emplacado hinos e lançado álbuns que viraram referência pra diversas bandas. Suas canções carregam uma simplicidade e sonoridade que transitam entre uma pegada mais punk e rápida e arranjos mais melódicos e poderosos, que nos fazem querer pogar como adolescentes. Seus dois membros e irmãos representam muito bem a resistência do punk Europeu.
Formada por 2 irmãos londrinos, a banda se tornou bastante conhecida no Brasil quando o Coletivo Juventude Libertária lançou um disco deles aqui, tendo sido muito ativa e produtiva nos anos que se seguiram, contabilizando mais de 20 discos, EP’s e Compilações. Suas letras extremamente politizadas fazem uma crítica a toda forma violenta de existência.
O evento contou com a participação das bandas locais Repressão Social, Not Dead e Armistício, tendo sido um importante canal de integração entre as próprias bandas e os coletivos.
O espaço Motim quase atingiu sua capacidade máxima, e atraiu punks, inclusive de outros estados.
Além das bandas, o evento atraiu zineiros, expositores de arte subversiva com muito material independente,  e ótima comida vegana, tendo sido muito importante por que permitiu a troca de informação entre pessoas, bandas e coletivos.
Mesmo ocorrendo num domingo, o evento superou as expectativas, fazendo até mesmo os punks mais velhos saírem de cada.
Tendo início pontualmente às 18:40 com a banda Not Dead, que fez uma apresentação com bastante sintonia de palco provida por jovens punks, acompanhada de muita mensagem, positividade e técnica.
A banda veterana Repressão Social foi a segunda atração a se apresentar e cativou bastante o público. A banda conta com figuras chaves em sua formação, entre elas a vocalista Nina que fez um discurso bem tocante e reflexivo no palco, e que sem dúvida alguma, conseguiu passar sua mensagem.
A banda da zona Oeste Armistício também impressionou bastante. São meninos bem jovens do conhecido movimento do Coletivo “Zona Oeste em Chamas”. Eles usam moicanos coloridos e sabem fazer punk raiz, com letras fortes e expressivas. Também conseguiram cativar bastante o público.
O Active Minds foi a última banda a se apresentar e deu um show de performance, tocando por mais de uma hora de forma ininterrupta, mostraram que a idade está longe de ser um problema no punk. Cantamos e dançamos autênticos hinos.
O “Coletivo Mandarim” expressa sua enorme satisfação em ter apoiado na organização e realização desse evento, de forma a contribuir para que que o punk continue sempre vivão e politizado.

 

Texto por Alberto Tie Dye
Foto por Tatyane Menendes

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