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Desabar: instiga e barulho direto de Maceió

Formada em 2017, a banda de punk rock Desabar de Maceió está preparando as malas para uma mini-turnê pelo Rio de Janeiro, ao lado da banda O Inimigo (detalhes sobre os shows, clique aqui!), mas antes de embarcarem, o guitarrista Gustavo Barbosa arrumou um tempo para bater um papo com o Portal Revoluta e falar um pouco sobre a formação da banda, expectativas para os primeiros shows fora de Alagoas e os preparativos para o lançamento do primeiro álbum.

Por Deise Santos

Como surgiu a ideia de formar a banda?
Quando a banda começou, era a mesma formação, mas eu não fazia parte ainda. Eles se reuniam com pouca frequência pra tirar uns covers de Basement, La Dispute, umas coisas assim. Aí o Victor, nosso baixista, foi morar no Uruguai alguns meses, e lá ele não tava tocando, tava sem instrumento. Ele voltou por causa disso, por que queria tocar lá e lá ele não conseguia. Aí quando voltou, falou com o resto da banda pra voltar a tocar, mas fazer músicas próprias dessa vez.

Foto por Black Pixel Co

O nome sempre foi Desabar ou nessa mudança de fase que surgiu o nome?
Não. Antes do Victor ir morar no Uruguai a banda não tinha nome. Quando ele voltou, a banda passou uns 4 meses ensaiando sem nome. Aí, uns 3 dias antes do primeiro show, esse nome foi escolhido.

E por quê o nome Desabar?
Porque  soa estranho

Vocês são de Maceió. Conte um pouco de como é a cena independente por aí. Locais pra shows, envolvimento do público e bandas…
Que cena? Aqui existe movimentação, mas não uma cena. Existem bandas muito boas aqui, como a Amandinho, a Räivä, a Baztian. Shows acontecem, mas minha impressão é que tudo anda meio devagar, que as bandas daqui não circulam tanto quanto poderiam ou deveriam. Nesse final de ano agora rolaram muitos shows, teve o Festival Maionese também.
Mas existem poucas casas de show aqui que são possíveis fazer a movimentação do independente. Tem o Pub Fiction, o Quintal Cultural, o Orakulo, o Rex. Mas, na real, o Orakulo e o Rex são grandes demais pra tornar viável nossos rolês. O Pub, por outro lado, salva muito, mas é a única casa com o porte possível pra nós.
Isso remete à questão do público, que existe, mas talvez não supra a necessidade de funcionamento dessas outras casas. Não sei bem. Acho que essa falta de espaço que faz a gente pensar em organizar rolês em lugares diferentes, como casas residenciais, praças, mas não rola muito também.

 Você acha que a questão de falta de público se deve ao fato das pessoas terem se acostumado a consumir música de uma forma mais virtual e digital?
Pode ser uma questão de estilo do som também, mas realmente não posso afirmar nada. Não sei te dizer sobre isso, por que na real sempre tem aquela galera que vai pra show, que curte esse rolê. mas ao mesmo tempo sinto falta de uma geração mais nova frequentando esses espaços também, e nesse caso não sei te responder qual seria o motivo.

Foto por Samih Mendes

A banda é relativamente nova. Há previsão de lançamento de algum material? Se sim, vai ser feito de forma independente ou algum selo lançará vocês?
Sim! Final do ano passado gravamos um disco cheio, com 10 músicas. Mandamos pra mixagem e estamos pra receber em poucos dias. Se tudo der certo, nós lançamos umas duas músicas antes dessa turnê no Rio. Mas quanto ao disco, queremos lançar após o carnaval, mas sem data determinada ainda. E nós vamos lançar pela Oxenti Records e pela Transtorninho Records.

A Transtorninho Records é daí?
A Transtorninho foi formada em Recife, mas é formada pelo Felipe e pelo Smhir, da Amandinho, que são daqui de Maceió.

Você falou que vocês tocavam viver de Basement, La dispute, etc… Essas continuam sendo as influências de vocês?
Sim, mas não unicamente. Nós escutamos muito essas bandas que foram ditas, mas escutamos muitas outras coisas, que acabam entrando no nosso som de alguma forma ou de outra. como Sonic Youth, Nirvana, My Bloody Valentine. mas, fora das influências diretas no nosso som, a gente escuta muito Ratos de Porão, Sepultura, Darkthrone, umas parada nada a vê (risos).

E essa mini-turnê pelo Rio de Janeiro? Como surgiu esse convite pra vir fazer esses shows?
A Binha (Bárbara Oliveira) está pela Oxenti aqui em Alagoas, e ela já estava dando o maior suporte pra nós. E ela veio falar sobre a ideia de tocarmos com O Inimigo, com quem já tocamos juntos aqui em Maceió (esse show d’O Inimigo com a gente aqui foi organizado por ela). Na mesma hora a gente topou.

E o que vocês estão esperando dessa mini-turnê?
Não sabemos muito o que esperar. É a nossa primeira vez tocando fora de Maceió e é algo que a gente já almejava e que é meio que um sonho que todos na banda tinham que está acontecendo. Está todo mundo bastante ansioso e animado com a ideia de poder conhecer outro estado tocando ainda mais, principalmente num rolê com uma galera que a gente admira bastante, que é o pessoal d’O Inimigo. E tudo que a gente quer é fazer o melhor show do mundo, bem alto e com muita instiga.

Então é isso que o público pode esperar?
Isso! Espero que recebam a gente com o mesmo carinho e energia.

 

Desabar é:
Gustavo Barbosa – guitarra
Victor Pita – Baixo
Erick Chaves – vocal
Wagner Almeida – guitarra
Pedro Correia – bateria

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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