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Social Distortion mostra porque é uma lenda do punk rock

Social Distortion + Carbona
(Circo Voador/RJ – 16/04/2010)

Texto por Deise Santos
Fotos por Max Moraes

Muitos pensavam que nunca veriam Mr. Ness e sua gang em palcos tupiniquins, muito menos em palcos cariocas, mas felizmente essa nuvem de descrença foi dissipada quando a noite do dia 16 de abril de 2010 chegou e, finalmente, o quinteto de Orange County subiu ao palco do Circo Voador.
Noite de realização para muitos marmanjos acima dos trinta anos e jovens que descobriram os acordes da banda Social Distortion e esperavam ansiosamente por esse momento. Mas, para aumentar a ansiedade, a banda Carbona deu as boas vindas e preparou o público para o que viria a ser um dos shows mais emblemático e histórico que a lona do circo já presenciou.
Carbona fez um show para um público pequeno. É a velha cultura do “esquenta” do lado de fora do Circo Voador, tomando umas cervejas ou reencontrando amigos e figuras que só aparecem nesses shows históricos, sob os arcos da Lapa.
Isso não diminuiu a energia do show, o punk rock da Carbona foi o chamado para que o público fosse entrando aos poucos e se acomodando para o show do Social Distortion. Data histórica e uma apresentação de peso para o curriculum dos cariocas da Carbona, que cumpriram bem o papel de anfitriões.
Pausa para respirar, dar uma volta pelo pátio do Circo Voador e ver o merchandising dos californianos e chega o momento tão esperado.
Os acordes de “Road Zombie” começam e o público se amontoa na frente do palco, protegido por uma grade de proteção e alguns seguranças, algo inédito em shows no Circo Voador. Mas quem pensa que isso tirou a empolgação da turma do gargarejo se engana. Apesar da casa estar lotada, quem se prontificou a ficar entre a grade e o público ensandecido se divertiu, cantou junto com Ness e alguns sortudos até ganharam palhetas personalizadas.
O show continuou com “Under My Thumbs”“Bye Bye Baby”“Sick Boy” e muitos outros hits lançados em trinta e um anos de estrada. O público parecia não acreditar e as três primeiras músicas passaram como uma fase de adaptação para muitos dos presentes. A voz inigualável de Mike Ness, acompanhada de sua Gibson Les Paul adesivada com o nome da cidade onde surgiu a banda, ecoavam pela lona do Circo Voador provocando reações diversas, uns cantavam junto, outros dançavam e outros, simplesmente, admiravam o show atônitos com a presença de Ness e sua gang, afinal a banda tem mesmo presença de palco!
A primeira parte do show acabou, a banda deixou o palco e o público nem se mexeu. O set até o momento parecia curto demais para mais de três décadas de espera e a banda então retornou ao palco por duas vezes para presentear o público com mais um pouco de seu punk rock e rock and roll. Apesar do clima de festa e da banda de certa forma interagir com o publico, Mr Harding (baixista) não foi atencioso quando um fã subiu ao palco para cumprimentá-lo e foi empurrado por ele, que se mostrou indignado com a atitude do fã, lastimável…
Mas a festa não perdeu com isso. Mike Ness enfim deu um retoque no visual, penteando os cabelos encharcados de gel e a banda segue a caminho da parte final do show, encerrando com “Prison Bound” e “Ring of Fire”.
Para alguns o show foi perfeito, para outros o set list deixou a desejar, por ter deixado algumas músicas de fora. Mas enfim, não teria mesmo como “contar” trinta e um anos de história em pouco mais de uma hora e meia de espetáculo, não é mesmo?
De qualquer forma a “adaptação” da história para os palcos brasileiros foi excelente e cumpriu o papel de explicar porque a Social Distortion é considerada uma lenda do punk rock mundial.

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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