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“Homo Grotescus”, primeiro full length da banda Ágona, no forno

A agonia se transformou em músicas e letras que falam da decadência humana com algumas doses de ocultismo. A sonoridade tem toques de experimentação e muito de thrash/death metal. Assim é a banda carioca Ágona.
Com 8 anos de estrada, a banda está prestes a lançar o primeiro full length, intitulado “Homo Grotescus”, do qual foi lançado o vídeo oficial –  há duas semanas – da música “Unon”, dirigido por Vinicius Hozara (CS MusicVideos ). E, como deixou escapar o vocalista Alan Muniz em um breve bate papo com o Revoluta.com, a banda tem alguns planos arquitetatos para o futuro (distante ou próximo? não sabemos). Confira!

Por Deise Santos

 

A banda surgiu em 2005 e teve mudanças na formação. Conte um pouco desse início da banda:
Da época da formação da banda ficaram apenas eu e o Sick (bateria). Eram duas meninas e nós dois, o Leonardo então entrou pra banda. Meses depois elas saíram e então convidamos o Rafael pra assumir o baixo, ele que a princípio só nos ajudaria por um tempo, acabou assumindo de vez a posição. Em 2008, a banda já contava com todos os integrantes atuais, e durante esse período também tínhamos mais um guitarrista. O trabalho foi ficando cada vez mais sério e com esse processo de integrantes estabilizado a gente seguiu na produção do “Essencial Putrefação”.

O single “Semente” saiu antes da mudança na formação?
Durante. Lançamos a música sendo um quarteto, mas depois ficamos um período tendo mais um guitarrista.

Essa guitarra “plus”, temporariamente, influenciou a banda de alguma forma?
Como a ideia era ser uma “guitarra base”, as influências chegaram mais nas nossas trocas musicais. Nosso irmão Apoena trouxe mais Thrash Metal aos nossos ouvidos!

Essas trocas foram incorporadas ao EP “Essencial Putrefação”? Como foi o retorno em relação ao trabalho com este EP?
Sim, o “Essencial Putrefação” foi um trabalho extremamente experimental e livre na sua composição. O EP foi muito bem recebido pela mídia, e foi o trabalho que nos colocou na posição das bandas representativas do cenário independente do Rio de Janeiro.

“Mas se você quer que algo realmente aconteça, você procura os meios e as ferramentas pra fazer isso.”

 

Você diz que foi experimental, mas a sensação é de que tudo vem sendo feito com um propósito. Há uma sequência, um “alinhavo” de algo maior no trabalho de vocês?
Estamos contando uma história em partes, a cada passo você descobre algo novo, e um dia chegaremos ao ponto onde tudo será explicado e todos conhecerão a história completa. O que eu posso revelar sobre isso é: se você observar a capa do “Karma”, ela também está presente no “Essencial Putrefação”, agora veremos o “Homo grotescus” e seu legado.

A banda vem amadurecendo bastante. Tem feito muitos shows, trabalha bastante a divulgação e está prestes a lançar o primeiro full length. Como vocês se organizam para “escrever cada capítulo” dessa história?
Como banda independente nós temos nossas dificuldades e limitações, mas os quatro compartilham da mesma Vontade. Isso fortalece todos os processos, como foi o de gravação desse primeiro álbum. Ainda não vivemos exclusivamente da nossa arte, então estudamos, trabalhamos e trabalhamos. Mas se você quer que algo realmente aconteça, você procura os meios e as ferramentas pra fazer isso. O Ágona é nossa segunda alma e nossa segunda família, então vivemos e respiramos isso, e sempre achamos uma solução para nos dedicar e amadurecer.

De onde vem a inspiração para o nome da banda, o nome dos álbuns e das composições?
Ágona foi um neologismo influenciado pela palavra agonia. Nossas criações são influenciadas pelo conceito que criamos de Essencial Putrefação – a decadência da consciência humana e todos os males que isso provoca. Dentro desse conceito trabalhamos ainda influenciados principalmente por filosofia e ocultismo.


A maioria das bandas de thrash e death têm as letras em inglês. O que os fez optar por fazer as letras em português?

Desde o início nós sempre tivemos essa ideia, e isso foi importante, pois trouxe mais personalidade e críticas positivas para o nosso trabalho. É uma língua difícil e bonita, é a nossa língua, então vamos usar ela! Esse sempre foi nosso pensamento. Nunca deixaremos de usar o português, mas isso não impede o uso de outras línguas futuramente, nosso objetivo é que todos entendam.


O “uso de outras línguas futuramente” significa que a banda lançará algo para além das fronteiras tupiniquins?

Ainda não há nada certo, mas vamos esperar o resultado do “Homo grotescus”. Nosso objetivo nesse primeiro semestre é o Brasil!

Por falar em “Homo Grotescus”. Quando ele sai do forno? Há algo sendo preparado para a tour de lançamento do álbum?
Essa semana a fábrica passa pra gente a data final da produção. Na verdade já iniciamos a “Homo grotescus tour”, e estamos tocando bastante coisa do CD. Dessa vez não vamos colocar a mão na massa para organizar um evento como fizemos com o “Essencial Putrefação”, mas já temos shows definidos com alguns produtores.


Alan, deixo aberto o espaço para você deixar o seu recado:

Eu agradeço o convite para essa entrevista, foi um prazer! Queria agradecer a todos que seguem o Ágona, que nos apoiam e mandam suas energias, que tudo volte em dobro pra vocês meus irmãos! Forte Abraço!
E apoie a cena independente da sua cidade, compre material, ajude na divulgação e principalmente vá aos shows!


Aguardem o Homo Grotescus! Vocês estão preparados?


Ágona é:

Alan Muniz – Vocal
Leonardo Milli – Guitarra | Vocal
Rafael Ferraz – Baixo
Vinícius Bhering – Bateria


Saiba +:

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Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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