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No Future: a alma selvagem do punk

No Future – Ana Francotti
(março de 2017)

Por Márcio Sno

O punk surgiu no final da década de 1970, praticamente ao mesmo tempo nos Estados Unidos e Inglaterra. Com seu visual agressivo, forma própria de pensar, agir e produzir, repudiava a doutrinação e o que era imposto pelo status quo. Logo, difíceis de controlar e dominar e, assim, facilmente classificados como selvagens.
De forma muito semelhante se deu a relação do homem branco com os indígenas, que tinham um estilo próprio de vida, bem diferente do “homem moderno e civilizado”. Antes de chegar ao diálogo que existe entre os diferentes povos, os colonizadores tiveram que passar por uns bocados. Alguns desses relatos estão no livro “A inconstância da alma selvagem” de Eduardo Viveiros de Castro.
Combinando fragmentos desse livro e utilizando imagens do festival “O começo do fim do mundo”, Ana Francotti faz uma relação muito sutil, porém precisa, do comportamento de resistência bastante semelhante entre indígenas e punks, na visão dos exploradores. Uma sacada que nunca antes presenciei, mesmo tendo lido muito sobre punk.
A autora, que tem em sua produção publicações muito bem cuidadas em seus projetos gráficos, apela para o velho estilo de fazer zines, com imagens de baixa resolução, tipografia estilo “carta de sequestro” e muito contraste. E isso não quer dizer que seja ruim ou mal cuidado, mas destoa de seus lançamentos.
Um dos trabalhos que mais me encheu os olhos recentemente.

Contato: anapaula.francotti@gmail.com

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