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Amigos falam sobre Ação Direta

Compor, ensaiar,  pegar a estrada para levar o som da banda para lugares que nunca se imaginou conhecer. Dividir palco com outras bandas, tocar em grandes metrópoles ou cidades do interior. Tudo isso faz parte da trajetória de bandas da cena independente. Mais que isso: bandas envolvidas no underground, tem o traço de suas histórias cruzados com o de outras bandas. Abaixo o depoimento de alguns amigos que acompanharam e acompanham a trajetória da Ação Direta, além de algumas fotos de amigos e companheiros de palco .

“Conheço o “Ação” um pouco antes da banda da época do D.A. (Deflagração Atômica), banda que deu origem ao Ação depois. Com certeza é uma banda histórica, pois nesta época não tinha muitas bandas de hardcore no Brasil e principalmente no ABC, estávamos no que seria o fim do movimento punk e o estouro das bandas de thrash metal, e o Ação era uma das poucas que conseguia espaço nas duas cenas. Quem do ABC não se lembra da clássica camiseta com silhuetas que figurou no final dos anos 80 e começo de 90. A demo Temos que agir, não saía do meu toca-fitas com clássicos como “Pivete” e “Ação Direta”. acho que foi a banda que junto com o Psychic Possessor, WCHC, BSB-H começaram a cena hardcore brasileira.
Veio o primeiro LP, recebido com uma festa pela galera e graças à batalha deles, mas com certeza para mim o Entre a Benção e o Caos é uma obra-prima do hardcore/punk nacional, um clássico atrás do outro que segue atual até hoje.
E o que falar dos membros da banda? Das primeiras formações temos o Panda que é um personagem e rendia muitas histórias. O Pancho que retornou pra banda e eu considerava um puta cara criativo e ótima pessoa. Marcão quando entrou na banda, que foi aquilo, fez a banda evoluir musicalmente demais, o cara é um monstro. O Galo, o cara das boas risadas e sempre na correria e é claro do grande batalhador Gepeto, o cara que está firme até hoje, o cara que tinha paciência em gravar fitas pra mim com várias bandas para conhecer, o cara que sempre tava aí pra contar alguma história divertida e claro acreditar até hoje no que faz. Parabéns pra todos os membros e ex-membros do Ação.”
Luciano Juliatto – Bandanos

“Ação Direta sempre vai ser uma banda bem lembrada na cena. Porque além de ser uma das bandas mais competentes ao vivo, que eu conheço, os integrantes são caras de uma sinceridade e humildade FUDIDA!
Às vezes sou suspeito pra falar deles, pois além de ter um primo na banda, que foi um dos grandes responsáveis pelo som que escuto e faço hoje, temos também um “padrinho” – Gepeto – ele foi quem nos apresentou e deu início a mais uma banda da cena!!!
Mas quem conhece – sabe que o que eu falei é verdade.
Sem falar nas letras e riff’s feitos por eles – um som que só evoluiu, sem preconceito e sem frescura.Sem dúvida uma banda que serve de exemplo – Direta e com Muita Atitude!”
Batata – Imminent Chaos

 

“Sou muito suspeito pra falar do Ação Direta, fui a um dos primeiros ensaios e participei da gravação da primeira demo em 87. Um marco pra cena punk/metal que começava o crossover. Letras que são fodas e uns manos guerreiros que são camaradas acima de tudo. Não ficam parados vendo o vento soprar, evoluem o som e deixam mais violento a cada lançamento ! AÇÃO DIRETA É VITAL PRA CENA.”
Alexandre – Social Chaos, Bandanos, Cut Throat Discos e Bucho Discos

“A começar pelo nome, a banda já ganha minha simpatia: AÇÃO DIRETA remete à luta travada diariamente por todos que se julgam libertários e isso eles o são, com certeza.
Tocamos muitas vezes juntos e sempre foi muito positivo, tanto pela música em si, quanto pela amizade e respeito com os caras.
Gepeto e Cia. sempre estiveram no olho do furacão, sem medo de ousar e ultrapassar limites.
Um grande salve à banda Ação Direta e que continuem sendo como sempre foram: AUTÊNTICOS.”
Ariel – Invasores de Cérebros

“Falar do Ação Direta é como simplesmente contar histórias ou falar da minha própria vida.
Frequentamos os mesmos shows durante a segunda metade dos anos 80, viajamos e tocamos juntos inúmeras vezes, conheci e mantive amizade com todas as pessoas que passaram pela banda, os caras sempre frequentaram minha casa, influenciei por vezes até mesmo os rumos da banda, mas isto já é outra história…
Foi a primeira banda lançada pelo meu selo, já os vi ao vivo incontáveis vezes (“morpoder”), ou seja, se estamos há mais de 20 anos no hardcore, é porque somos todos loucos mesmo.
A paixão nunca morre, a chama nunca se apaga, a sensação de encarar um palco, encontrar as pessoas que você gosta, conhecer novas bandas, viajar, comprar discos, nunca morre, pode modificar-se, mas está no nosso sangue.
Enquanto houver forças e sinceridade, estaremos aqui, nos realizando e nos aliviando do stress da vida “comum”, procurando paz em meio a brutalidade sonora.
Meus parabéns Ação Direta!! Obrigado por existirem!”
Boka – Ratos de Porão, Pecúlio Discos e I Shot Cyrus

“O Ação Direta é uma instituição do hardcore nacional. Os caras estão há cerca de 20 anos na batalha ininterruptamente, lançaram excelentes álbuns e dentre eles, o “Revolta…” um dos mais perfeitos discos de hardcore já produzidos por aqui. Além disso, o Ação se consolidou na cena européia com diversas turnês e além de tudo sempre manteve a mesma humildade e o mesmo “profissionalismo”, sendo uma das bandas nacionais mais respeitadas nas cenas hardcore e metal do País. Longa Vida ao Ação Direta!”
Marcos Abreu – Agrotóxico e Extra Stout

“Conheci o Ação Direta antes do meio dos anos 90, acho que foi uma vez que nem vim pra tocar em SP, era um esquema de vir ver os amigos e andar de skate. Sempre tive conhecidos no ABC e colei num show aleatório assim. Eu me lembro que o Gepeto ainda tinha cabelo cara (risos), mas já fazia aqueles trejeitos conhecidos no palco.
A banda me chamou a atenção porque tinha algo de metal no meio do som, tipo os lances crossover do fim dos 80 e começo dos 90, que já não eram tão comuns, mas era mais rápido isso me chamou muito atenção também, lembro que o público era insaníssimo parecido com o povo do ES. Esta foi minha primeira impressão sobre o cenário no ABC e sobre aquela banda de “crossover” que ouvia pela primeira vez.
Muitos anos depois cheguei a trocar umas cartas com o Gepeto e os conheci pessoalmente.”
Rodrigo Lima – Dead Fish

“Só queria dizer que, apesar de eu não fazer parte do Ação Direta, eu já fui substituto na banda por duas vezes. No ano passado, logo que o Marcão entrou no Dead Fish, eu fiz 2 shows com eles tocando batera no lugar do Marcão. E 10 anos atrás, em 98 quando eles ficaram sem baixista, eu fiz 4 shows tocando baixo com eles.”
Edu Nicolini – Nitrominds

“Fala do Ação Direta é sempre bom !
O Ação Direta é a banda mais importante que aparece na virada dos anos 80 pros 90, numa época que o hardcore e o movimento punk estava ao meu ver em sua segunda entre-safra e também meio esquecido. Pois foi antes da era grunge e o “redescobrimento” do punk no Brasil.
Evolução constante, atitude e sempre tiveram uma qualidade que estava acima da média, na minha opinião.
O mais legal e inspirador é que os caras nunca se prenderam a fórmulas musicais e de comportamento. E disco após disco lançado em todos os anos de sua história os caras continuam sendo um diferencial importante pra cena underground brasileira.
Tenho muito orgulho de ser amigo destes caras!
Falar qualquer coisa mais seria chover no molhado!
Força Ação Direta !”
Bauer – Atroz

“Gepeto está junto com a gente na luta diaria do cotidiano. No corre sempre evoluindo no trabalho realizado com o AÇÃO DIRETA e no apoio a outras bandas.
Na época que o Lobotomia parou, o Ação estava começando. Eu particularmente já havia escutado uma ou outra música deles. Quando voltamos com o Lobotomia, o Ação Direta já havia ido para Europa algumas vezes. No tempo em que estivemos parados eles nasceram cresceram e estão em fase adulta.
Quando fui à Europa com o Sick Terror, onde passávamos tinha um adesivo, uma pixação ou alguém perguntando a respeito do Ação Direta.
Cheguei a ver um show deles abrindo para o Napalm Death e sem dúvida um dos melhores shows da noite.”
Makon – Lobotomia

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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