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Cólera invadiu o subúrbio carioca para lançar Acorde! Acorde! Acorde!

Cólera + Uzômi + Pacto Social + Chaos
(Subúrbio Alternativo – RJ – 31/03/2018)

Texto e Fotos por Deise Santos

Numa noite quente de outono com temperatura de verão, o Subúrbio Alternativo, recebeu a banda Cólera para o lançamento do álbum Acorde! Acorde! Acorde!, no novo endereço da casa, agora muito mais estruturada, com um espaço excelente para shows e festas, ar-condicionado e um terraço com um segundo palco.
A banda convocada para abrir a noite foi a Chaos. O set foi tão curto, que entre cumprimentar os integrantes do Cólera que estavam chegando naquele momento e uma breve pausa para o lanche, me impediram de ver a apresentação deles. Do segundo ambiente, no terraço, só ouvi que levaram a clássica “Buraco Suburbano”, da banda Ratos de Porão. Mas não faltarão oportunidades para ver a banda tocar.
Na sequência subiu ao palco a banda Pacto Social, com o incansável e único integrante da formação original Vladimir Palmeira no comando da voz. O show foi recheado de canções conhecidas de boa parte da plateia,como por exemplo “Vaticano”, “Liberdade Palestina” e “Hasta la lucha y viva Zapata”. A banda aposta no punk 77, mas tem um pé no hardcore, comandado pelas baquetas insanas de Bruno Borges e das linhas de baixo de Daniel. O show foi encerrado com a clássica “Joãozinho Honesto”, música do primeiro álbum da noite e que fez o público pogar.
Pausa para tomar um ar, a essa hora o ar-condicionado já dava sinais de que não daria conta do calor que fazia na cidade, e em seguida subiram ao palco os insanos da banda Uzômi. Set bem amarrado, com músicas de todos os álbuns do quarteto e as performances sempre marcantes de Heron à frente do vocal juntamente com Sales. A qualidade musical está cada vez mais absurda com a formação China (guitarra), Bruno Borges (baixo) e Fabio Ed (bateria). A massa sonora tomou conta do espaço com os sons “Sangue, Sangue”, “Freakshow”, “A Revolta do Boêmio” e “Me chamo calado”, contagiando o público que respondeu à altura, pogando e se divertindo com a banda. No final do show, quando o silêncio se fez, só ficou aquele zumbido no ouvido.
E então chegou o momento do Cólera ocupar o palco e apresentar as músicas do novo álbum, Acorde! Acorde! Acorde!, além de clássicos que não podem ficar de fora das apresentações da banda. Eles abriram com “Mr Gamble”, seguida de “Mezza Mezza”, “Fá dó lá”, “O Caos” e “Hino”, todas muito bem executadas. O público ainda não responde muito aos novos sons, pois o material acabou de ser lançado e muita gente ainda não teve tempo ou oportunidade de ouvir mas ouvindo os sons ao vivo, notasse que em breve eles serão tão aclamados e motivos para rodas de pogo, como todas as outras músicas da banda. Após essa introdução com 5 sons, a banda voltou ao álbum Mundo Mecânico, Mundo Eletrônico e executou “1.9.9.2.” e então o público começou a agitar. No meio do show, o vocalista Wendel pediu uma pausa e chamou uma menina ao palco. A fã queria oficializar o casamento com seu companheiro, no show do Cólera e assim foi feito. Teve casamento num show de punk rock.
Na  sequência a banda tocou “Subúrbio Geral”, com participação do Zumby (Repúdio) e eles voltaram ao novo álbum com “Somos Cromossomos” e “Festa no Rio”. o show foi encerrado com a dobradinha “Dia e Noite” e “Pela Paz em todo o mundo”, mas ainda deu tempo para um bis, onde eles levaram “Palpebrite” e diferentemente do que está na foto do set list, eles atenderam a pedidos e tocaram “Adolescente” e “Deixe a Terra em Paz”.
O show chegou ao fim, ao redor as pessoas suadas se abraçavam e sorriam, enquanto a banda exausta começavam a desmontar os equipamentos, mas com aquele sorriso nos lábios e no olhar, dando uma sensação de dever cumprido. E não há dúvidas de que a banda está de pé e seguirá em frente por muito tempo, com novos e velhos sons.
Punk é pra pogar!!

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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