O Triunfal retorno dos Imortais Gig/show News Räskuño by Balthazar - fevereiro 15, 2022fevereiro 15, 20220 Dorsal Atlântica no Circo Voador(12/02/2022 – Lapa/RJ – Circo Voador) Texto por BalthazarFotos por Vinícius Oliveira – Vertigem Discos Sob uma suave chuva de verão, que serviu pra refrescar o sempre quente asfalto do Centro do Rio, diversas pessoas aguardavam a abertura dos portões do emblemático Circo Voador para um retorno histórico. Apesar do Sepultura ter sido a banda principal da noite, não estamos falando de um retorno dos irmãos Cavalera, não.O protagonismo daquela noite se concentrou numa história de 40 anos de existência (41, se contar o tempo de fundação sob o nome de Ness), um retorno que ninguém esperava, apesar da sequência de discos que veio sendo lançada desde 2012. Em carne, osso e fortes ideais, a Dorsal Atlântica, depois de 23 anos (desde 1998, a banda não se apresentava mais ao vivo), pisava novamente em um palco para bradar com o público de todas as idades que há muito tempo esperava por uma oportunidade dessas. E o que era para ser apenas um show, foi um verdadeiro espetáculo. Não só o público, como a banda entenderam o real motivo daquela noite. O setlist veio caprichado, abrindo as portas com sons recentes, vindo de discos como Imperium (2014), Pandemia (2021) e 2012 (2012), elevadas à máxima potência, pois o line-up estava impecável. Foi impressionante ouvir sons como “Burro” e “Meu Filho Me Vingará” numa performance ao vivo e em cores enérgica, explosiva e emocionante. Como se isso já não fosse o suficiente para os reais fãs da banda, o fechamento do setlist puxou músicas clássicas dos discos Dividir e Conquistar (1988) e Antes do Fim (1986). Esse foi o delírio, o momento do êxtase. Ouvir faixas como “Vitória”, “Tortura”, “Metal Desunido”, “Caçador da Noite” e, claro, “Guerrilha”, ao vivo depois de todos esses anos, foi impactante para todos os presentes, aqueles que estavam lá pelo Dorsal, os “imortais”. Com a energia, Carlos Lopes, o porta voz da banda, com sua guitarra baiana em punho, lembrou que tudo o que ouvíamos naquela noite tratava-se da tal MPB: Música Pesada Brasileira, que traz consigo influências de Forró e Baião, mas com distorção se torna o Metal e Punk. Lembrou também de exaltar a resistência contra o fascismo, mostrando que após todos esses anos, a rebeldia segue firme contra os crápulas do poder. A música naquela noite foi um antro de emoção que abasteceu uma máquina de guerra. É claro que com essas palavras, alguns seguidores do Burro logo trataram de deixar o local indignados. Pelo menos, ficou entendido que para bandas como o Dorsal, a música nunca foi e nunca será apenas música, mas sim, um ato de resistência. Essa foi uma noite para guardar no coração, na memória, carregar consigo até o fim da vida, isso se um dia chegar, pois nas palavras do próprio Carlos, e citado anteriormente, “fãs da Dorsal são imortais!” Compartilhe!!