Baga – Hegemonia Destrutiva
(Zimbabue Prods, Rotting Music, Brutal Grind Recs, El Brujo Discos, Distro Revoluta, Dissonance From Hell – CD – 2019)

A arte de capa sensacional criada por Bruno Zagri (Strägüs) já deixa exposto o conteúdo do disco. Críticas viscerais e sem nenhuma pena, que já são marca registrada no Grindcore. Mas o que temos de diferente nesse disco vale-se principalmente do som, o sentimento contido nele. Baga é uma banda de Grindcore vinda do Rio de Janeiro, e isso por si só já pode se considerar uma fagulha num monte de feno, tendo em vista as influências que o estado concede devido à péssima estrutura governamental, elite carioca, atitudes do povo em geral, entre outras situações. É possível sentir essa fúria transmitida pelo som, principalmente em faixas como “Perdendo os Dentes” ou (que coincidência) “Fúria e Ódio”.

A mescla dos vocais de Gore e Hell trafegam por diversos subgêneros da podreira, além do Grindcore, como por exemplo o Powerviolence, Noisecore e até mesmo Goregrind. As 8 faixas do material são uma verdadeira sessão de pancadaria, tendo apenas suas intros para conceder um momento para respirar. As 2 últimas faixas são muito especiais para a banda (“Vagando em um Mundo Perfeito” e “Decapitado”), pois tratam-se de gravações de 2016 e 2017 com antigas formações, incluindo com o antigo vocalista, Bahiano (descanse em paz). Esse disco sem sombra de dúvida compila ainda mais sensações que seu antecessor (Verme, 2015) e serve muito bem para definir a proposta ofertada pela banda: um bando de malucos querendo botar para fora boa parte de seus sentimentos, através de muita distorção e peso nas cordas baixas, batidas velozes, arrastadas e quebradas, mesclando entre o ódio e o lamento no cotidiano da sobrevivência, entre gritos e guturais esquizofrênicos e agressivos. Um prato cheio aos amantes do barulho veloz.

Formação (nesse disco):

Hell – Vocal
Gore – Vocal
Zero – Baixo
China – Guitarra
Léo Crust – Guitarra
Bruno Borges – Bateria

Para ouvir:

Bandcamp

Para ver:

Youtube

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