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GBH, Grinders e Gritando HC

GBH, Grinders e Gritando HC
(Inferno Club/SP – 09/10/2009)

Texto por Marcos Abreu
Fotos por Fernanda Terra

Inferno Club recebeu um bom público, para mais uma passagem dos ingleses do GBH pelo Brasil. Formada nos subúrbios de Birminghan em 1978, a banda poucos anos depois já se consolidara como um dos maiores nomes do Punk Rock britânico, angariando uma legião de fãs por todo o mundo.
Em uma breve turnê pela América do Sul, a Capital Paulista teve mais uma vez o privilégio de sediar a passagem da banda pelo Brasil, e com ótimo som e boa organização, a festa promovida pela parceria Ataque Frontal Booking e Inferno Club transcorreu de forma praticamente perfeita.
Por volta das 22:50 a banda Gritando HC foi a primeira a subir ao palco e não decepcionou seus fãs com um set pequeno, porém vibrante. O Gritando parece estar se reecontrando cada vez mais após a tragédia ocorrida com seu ex-vocalista Marcelo, falecido há alguns anos atrás. O fato é que, embora o carisma de Donald (como era conhecido) seja insubstituível e seja difícil evitar comparações, a formação atual está mais madura, e com ativa presença no circuito underground, está trilhando o caminho para voltar a ocupar um lugar de destaque no Punk Rock nacional.
Os veteranos do Grinders foram a segunda banda da noite e fizeram um show à altura do que se esperava. O grupo formado em 1984, é desde então o mais renomado representante do estilo “Skate Punk” e após diversas mudanças em sua formação, há algum tempo encontrou através de um quinteto, um line-up de qualidade, sempre liderado pelo sempre carismático vocalista Ronaldo “Pobreza”.
O Grinders fez uma apresentação de aproximadamente 30 minutos e na típica formula rápida e direta, deixou o público preparado para a tão esperada atração internacional.
Já passava da meia noite quando o grande GBH subiu ao palco e não demorou nada para que as cerca de 600 pessoas que estavam no local fossem totalmente contagiadas pela incrível energia da banda.
O GBH demonstrou estar em plena forma, talvez por ter se mantido sempre ativo e realizando turnês e shows por todo mundo. Parece que a formato das composições da banda, se já é muito bom quando gravado, funciona com perfeição ao vivo, e a precisão de seus integrantes, bem como sua postura de palco, trazem um resultado excelente.
O fato é que, as mais de 3 décadas de história do grupo, não lhe trouxeram qualquer aspecto negativo. O show não perde vibração em nenhum momento e as músicas jamais soam datadas, o que permite arriscar que um show do GBH em 2009 não deve perder em qualidade para as apresentações da banda há 20 anos atrás.
Como não poderia deixar de ser, os pontos altos da noite, foram as clássicas “Sickboy“, “Time Bomb“, “Alcohol” e “City Baby Attacked by Rats“, que dentre tantas outras, foram uma viagem no tempo para os mais velhos e uma verdadeira aula para a nova escola do Punk Rock.
O GBH deixou o palco do Inferno com o dever absolutamente cumprindo, deixando a certeza de que o vocalista Colin e seus companheiros de banda ainda têm muita lenha pra queimar e tomara que ainda o façam por aqui por muitas outras vezes.

 

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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