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Nomeansno – State of Grace

Conheci Nomeansno com a versão de Forward to Death a capella que eles gravaram em um tributo ao Dead Kennedys, mas demorei anos para ouvir algum álbum deles. Um erro grave.

O primeiro álbum que ouvi foi Wrong (1989), uma maravilha do começo ao fim. A versão em CD relançada em 2004 possui duas faixas extras retiradas do single Mr. Wrong Fights the System (1994), projeto solo de Rob Wright (baixo e voz), interpretando End of the World (The Carpenters) e State of Grace, essa última regravada pela banda no álbum The Worldhood of the World as Such (1995).

Escolhi State of Grace para o PunKontexto porque não consigo parar de ouví-la. Além de ser uma música excelente, é uma autorreflexão com a qual me identifiquei.

Levando em conta o tema da música, há algo especial em ouvir a versão original apenas com Rob, e fico feliz de tê-la conhecido assim, mas a regravação da banda completa adiciona uma carga extra de energia que também aprecio. No fim do post estão os vídeos das duas versões.

Observação: Traduzindo a letra original para o português, perdemos o jogo no refrão entre lying to myself (mentindo para mim mesmo) e lying in a state of grace (deitado em um estado de graça), mas isso não atrapalha sua interpretação.

nomeansno – state of grace (estado de graça)

primeiro eu disse a mim mesmo que não havia mais nada
do que o som do vento por uma porta aberta
e se ninguém entrasse, não seria um crime
ao menos não seria meu

e tudo o que vi, mantive ao alcance
um coração vazio em um espaço vazio
não havia razão para eu viver
eu não tinha nada para dar, nada para dar

fechei meus olhos, e para minha surpresa
meu coração estava batendo, eu ainda estava vivo
não havia realmente nada que eu pudesse fazer?
não, não pode ser verdade

eu tenho mentido para mim mesmo
mentido para mim mesmo por tanto tempo
eu tenho mentido para mim mesmo
mentido para mim mesmo, e isso não pode continuar

porque estou deitado em um estado
deitado em um estado de graça
deitado em um estado
tenho mentido para mim mesmo, e isso não pode continuar

primeiro tentei culpar o mundo
por todos os males que se desdobraram
bandeiras do pecado tremulando ao vento
sobre a igreja e o estado
os ricos e os grandes

mas quando eu ouvi, tudo que eu realmente escutei
foram minha voz e minhas próprias palavras
às vezes implorando por amor
às vezes gritando com ódio
gritando com ódio

bem, não confio na voz em minha cabeça
não é minha, é a voz dos mortos
e por que você me pergunta o que eu acho que é verdade?
eu aprendi tudo com você!

eu tenho mentido para mim mesmo
mentido para mim mesmo por tanto tempo
eu tenho mentido para mim mesmo
mentindo para mim mesmo, e isso não pode continuar

porque estou deitado em um estado
deitado em um estado de graça
deitado em um estado
eu tenho mentido para mim mesmo e isso não pode continuar

no fim você é meu único amigo
e tudo o que eu vejo é você
e tudo o que eu tenho para dar, meu amigo
eu darei a você

de quem estou falando?
com quem estou falando?
como poderia ser mais claro?
acorde, olhe em seu coração
quem é você?
qual o seu nome?

se eu cagar em seu mundo perfeito
é somente para que você me conheça pelo meu cheiro
e apesar de você se virar como se não entendesse
você sabe de tudo muito bem

você não quer olhar
você não quer tocar
você não quer pagar
porque custa tão caro

você apenas sorri e me deseja bem
bem, você pode ir para o inferno!

porque eu estou deitado em um estado
estou deitado em um estado de graça
estou deitado em um estado
estive mentindo para mim mesmo e não consigo continuar

versão de state of grace do álbum worldhood of the world as such (a partir de 39m49s):

versão de state of grace do álbum wrong, apenas com rob wright no baixo e voz:

Pedro Padron
Baixista e vocalista da banda Weirduo, mantém a coluna PunKontexto onde publica traduções e interpretações de músicas de bandas punks em idiomas diferentes do português.
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