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Rachar crânios para derrubar paradigmas

Cracked Skull – Social Disruption
(Independente | CD | 2017)

Nove sons compõem o debut álbum do trio da cidade de Itaúna (MG), Cracked Skull. O death metal feito por eles é encharcado de uma sonoridade obscura, resultado de composições baseadas em reflexões sobre um mundo cada vez mais egoísta, fadado a obedecer às ordens do capitalismo e extinguir as relações sociais, através do fascismo e da ignorância. A massa sonora, produzida por esse trio, nos leva ao fundo de nós mesmos, nos fazendo repensar como chegamos à degradação humana dos tempos atuais. Lutas de classes e levantes para uma ruptura do Estado, vociferadas pelo vocal gutural de Clênio de Souza, além de outras questões políticas e sociais são abordadas pela banda, com uma sonoridade pesada, com referências de thrash metal, mas sem soar datado.

Destaque para a faixa “Fascism”, que começa com a guitarra comandada por Tarciso Correa, de uma forma meio melódica, caminhando para um solo que não chega a acontecer e nos surpreende, levando a sonoridade ao peso e à cadência necessários, para compreendermos o que precisa ser dito nesta letra que parece que vai ficar atual por muito tempo. Nesse som a guitarra conduz a música e “fala” com quem está ouvindo.
O peso da bateria de Túlio Constantin, sobressai em todas as músicas, mas em “Selfish gene”, ele pesou mais ainda na mão e no bumbo, sendo acompanhado pelo peso das quatro cordas de Clênio de Souza, fazendo com que o gene do egoísmo roubasse a cena do álbum, sendo a música mais pesada e intensa, do início ao fim.
O álbum fecha com “Terrorism”, que fala de como estamos sendo manipulados por grandes corporações e pelo estado, um terrorismo social que faz com que as pessoas percam a individualidade. A sonoridade cadenciada e pesada, vai nos remetendo ao fim. No caso aqui é o fim do álbum, mas poderia ser da sociedade como a conhecemos até hoje.
A arte gráfica do álbum é um capítulo à parte. Mateus Pinheiro, responsável pela identidade visual do material, não poupou em criatividade, para traduzir em imagens o que está em letras e sonoridade. Cada letra ganhou uma ilustração especial, com referência ao que está sendo dito, fazendo com que o álbum fique uma obra de arte completa.

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Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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