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Acrílico estreia com EP

Limbo é o nome do primeiro EP recém-lançado pela banda goiana Acrílico. Riffs orgânicos, sintetizadores e efeitos, unidos a um vocal etéreo, resultam num som psicodélico, com versos reflexivos e intimistas.

A estreia da banda, que conta com Pedro Mendes (guitarrista), Manoel Siqueira (voz e guitarra), Guilherme Tai (baixo), Lucas Santana (bateria) e Renato Oliveira (sintetizador), é através do selo Casa da Árvore Records que disponibilizou as cinco faixas do EP nos principais serviços de streaming. Mas o quinteto foi formado em 2016 e desde então eles vêm rascunhando, naquela época com o lançamento do single “Ciclos”, o que seria Limbo, que chega ao mundo agora, inclusive com o clipe da música “Pó”.

Confira abaixo o faixa-a-faixa feito por Pedro Mendes, enquanto escuta o álbum, clicando aqui!


Foi escrita em 2015, e passou por várias lapidações antes do resultado final. Foi influenciada diretamente por bandas como Beach House e Melody’s Echo Chamber. A letra é dividida em duas partes, com duas perspectivas sobre o mesmo indivíduo; é sobre sonhos surrealistas e pensamentos introspectivos.

Ciclos
Ciclos é bem direta: uma reflexão sobre o fim e sobre a tentativa de lidar com o mesmo da melhor forma. Convivemos com o fim das mais variadas formas todos os dias em nossas vidas – perda de entes queridos, sonhos, relacionamentos, vontades e tudo o mais. Cabe a cada um lidar e conviver com os fins ou com a sua possibilidade sem que isso se torne um fardo pesado demais.

Grão
O Manoel escreveu “Grão” em um momento de reflexão sobre a forma de se viver a vida, onde, de forma geral, passou a notar as pessoas vivendo de forma similar e com pensamentos similares baseados em construções já ultrapassadas de sociedade. Um senso comum que se torna comodismo, deixando a sociedade ser construída sem esforço para novas ideias e propostas.

Inverno
A música é uma viagem em busca de imagens sinestésicas para transmitir sentimentos abstratos. Eu compus num dos momentos mais difíceis da minha vida. Foi uma das minhas primeiras letras em português, e até hoje é a minha preferida. É basicamente a busca de uma libertação de um lugar frio e seco.

Velho
Velho é a personificação de alguém que se sente desgastado, carregando um peso que pode ser entendido como a depressão. Sentimento este que assola e desmembra a vontade de seguir, deixando os planos e objetivos muito longes, pesados e não merecedores do esforço. O primeiro trecho foi escrito por Manoel, enquanto o segundo foi a perspectiva de Pedro sobre o eu lírico, procurando narrar sobre a mesma persona, só que em 3° pessoa, mostrando que apesar do velho estar se sentindo inútil, existe alguém (um filho, um neto, ou qualquer pessoa) que o vê como um mentor e como uma pessoa admirável. Nós consideramos essa, tanto liricamente como musicalmente, a nossa melhor música.  

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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