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Fazendo barulho desde 1997

A banda Making Noise coleciona histórias desde 1997. Movimentando ainda mais a cena da Zona Oeste do Rio de Janeiro, Joacil (vocal), Eduardo (baixo), Vagner Silva (guitarra) e Wagner Ignacio (bateria), têm uma trajetória repleta de muita entrega ao rock, sempre fazendo jus a influências como Inocentes, Replicantes, Titãs, Raimundos, Ramones, Garotos Podres e Ratos de Porão.
Em 1999, eles lançaram o álbum experimental “Poeira Atômica”, com músicas de estilos diversificados. Entre as faixas desse disco, destacou-se “Ana Maria”, que tocou nas rádios – devido ao seu refrão bastante fácil de ser memorizado.
Já no final de 2004 surgiu o segundo disco: o pesadíssimo “Vamos acabar com tudo!”, que apresentou uma pegada diferente do primeiro, com um estilo mais direto e carregado de velocidade.
Em 2015, eles lançaram o single “Os Ets invadem a TV”, produzido por Marcio Soares, do K-Estudio. Esta música também conta um clipe, produzido em parceria com Alexis Zegarra.
A Making Noise não parou de fazer shows (antes do cenário atual, evidentemente) e apresentou-se em locais com renome no Rio de Janeiro, como: Lona de Bangu (quintal), Porto Pirata, Joey Ramone Place Rio, Lona Cultural de Santa Cruz, Subúrbio Alternativo, entre outros.
Com toda essa bagagem, a banda segue na ativa, gravando vídeos e sons em estúdio, sempre com a ideologia de fazer muito barulho.

Para saber mais, o Portal Revoluta conversou com toda a banda, confira:

Entrevista por Willian Schütz
Fotos: Alexis Zegarra

Primeiramente obrigado pela entrevista. Para quem ainda não conhece a história, comentem como foi formada a Making Noise, lá em 1997.
Todos: A banda surgiu no início dos anos 90, fruto da amizade do Joacil com Bruno Paulista (ex-guitarra). Wagner Ignacio (bateria), convidou Carlos Edu, (contra-baixo).

E como tem sido esta trajetória de 22 anos no rock and roll? Quais os principais marcos?
Vagner Silva: Tem sido muito gratificante, tendo em vista que a maioria dos projetos, e estamos falando de bons projetos, não sobrevivem ao tempo. A cada encontro aprendemos mais e fortalecemos nossa amizade.

Já houveram alterações na formação da banda?
Joacil: A única ocorreu por conta de uma incompatibilidade pessoal-profissional do nosso primeiro guitarrista – Bruno Paulista. Hoje, as guitarras da banda ficam sob a responsabilidade do grande Vagner Silva.

O grupo já passou por algum hiato? Se sim, quais os motivos e como foi a experiência?
Eduardo: Sim. Sempre encaramos com muita naturalidade esses momentos de pausa, motivados sempre pelos compromissos pessoais de cada integrante.

Do primeiro disco, “Poeira Atômica” (lançado em 1999), para o segundo “Vamos acabar com tudo!”(2004), houveram mudanças na sonoridade que persistem até hoje. O que provocou essas mudanças? As influências musicais deixaram de ser aquelas que motivaram a formação da banda?
Joacil:As mudanças sempre são bem-vindas. Nossas referências continuam as mesmas (Titãs 80/90, Replicantes , Cólera , Mercenárias..) , porém estamos sempre abertos ao novo e em mutação constante.

Como foram as experiências de gravação dos materiais em estúdio?Joacil: Foram ótimas! Somos muito gratos a todos os profissionais que trabalharam com a gente. Somos gratos pelas experiências e aprendizado.
Wagner Inácio: Foram bem loucas. Naquela época era mais difícil conseguir gravar uma banda de forma independente. Na gravação do “Poeira Atômica” ouvimos falar de um estúdio em Marechal Hermes, o MC Estúdio (Maurício). O cara era referência em gravações de escolas de samba mas também tem rock n’ roll na veia. Fizemos um “rateio” e fomos lá perturbar o ouvido dele! (risos) Têm muitas histórias iradas daquele estúdio. Já no segundo disco, quisemos gravar de uma forma mais crua. Fomos até o LEO estúdio, em Bangu. O Leo é um cara gente fina, tecladista do Revelação. Perturbamos o ouvido dele também. Gravamos tudo bem rápido, mas tivemos que voltar lá e gravar tudo de novo, pois o HD do estúdio deu “pow”. A mixagem e masterização, resolvemos fazer em um lugar diferente, com um cara “rock n roll na veia”, o Perazzo, lá no estúdio Hanoi – referência em Botafogo.

A Making Noise tem uma longa história. Vocês são uma banda que dá preferência para a estrada, os shows, ou passam mais tempo em estúdio – exceto, claro para ensaios?
Joacil: Vivemos o hoje. Se hoje podemos ensaiar, ensaiamos. Se hoje tem um bom lugar pra tocar, nós tocamos.

Já que foi comentado sobre shows, é bacana saber: já tocaram fora do Rio de Janeiro?
Eduardo: Tivemos essa sorte sim, mas que fique bem claro, nunca sem passar “perrengue”, dormir na estrada, ficar sem banho, dividir sanduba… essas coisas. Não somos pop-stars.

Têm lançamentos de singles, EPs ou álbuns programados?
Joacil: Não programamos nada. Se programar não acontece. Como diz nosso guru-mental Paulo Miklos: “A gente mora no agora”.

Vocês ensaiam com que periodicidade? Como está sendo essa questão nos atuais tempos de pandemia?
Vagner Silva: Ensaiamos sempre que podemos, ou seja, é difícil responder essa pergunta com precisão. Já aconteceu de no período de 1 ano inteiro ensaiarmos duas vezes (risos).

As letras são bem diretas e concisas. Para as composições líricas, vocês fazem um trabalho em conjunto, ou geralmente é um ou outro integrante quem escreve?
Wagner Inácio: Somos uma banda, e, como conjunto todos são responsáveis  pelo produto final. Na maioria das vezes, 90% em média o Joacil (vocal) escreve as letras e as desenvolve sobre uma base simples, daí nos juntamos e vamos moldando, acertando, até acharmos que ficou bom.

Ainda sobre as canções: a maioria realmente não tem “papas na língua”. E todos sabemos que há pessoas que levam as críticas para o lado negativo e sentem-se “cutucadas” de alguma forma. Já passaram algum tipo de problema por conta disso?
Eduardo: Claro. Normal. Mas a maioria que nos processa ou pretende processar desiste quando observa que somos um bando de “duros”.

Vocês têm assessoria, ou a divulgação está na mão de cada um?
Vagner Silva: Nós somos “rataria”! Nossa assessoria são todos aqueles que curtem e se identificam com nosso som.

Quais as bandas independentes mais ouvidas pelos membros do grupo? Quem sabe também podemos fazer alguma entrevista com esse pessoal.
Todos: Ouvimos de tudo um pouco. Algumas bandas, que como nós são sinônimos da resistência do underground do Rio de Janeiro, estão sempre em nossa playlist: Gangrena Gasosa, Setor Bronx, Cara De Porco, Disola, Pedras Pilotáveis, Fokismo, Dwo, entre muitas outras.

Vocês seguem publicando vídeos regularmente. Inclusive, lançaram recentemente o clipe da música “Os ETS Invadem a TV”. Têm mais algum projeto por vir?
Joacil: Estamos finalizando a gravação de algumas músicas inéditas e regravando algumas outras no estúdio LF, do nosso brother e produtor Luis Felipe, em Padre Miguel/ RJ.

E sobre o clipe: como, quando e onde foram as gravações? Quem integrou a equipe de gravação e edição?
Eduardo: O clipe de “Os ETS invadem a TV”, foi gravado e produzido no K-Studio, do nosso irmão Márcio Soares. A produção visual ficou por conta do nosso irmão Alexis Zegarra.

Para finalizar: quais os meios de conferir as novidades da banda? E fica aberto o espaço para um último recado. Muito obrigado!
Todos: Somos gratos a todos que acompanham o nosso trabalho e curtem o nosso som nessas mais de duas décadas de loucuras, aprendizado e muita amizade! Valeu rapaziada! É NOISE!

Para conhecer:

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Para ouvir:

Soundcloud
YouTube

Willian Schütz
Willian Schütz é poeta e contista - autor dos livros "Insânia Mundana" e "Saudades do que não foi e voltará". Formando em Jornalismo, atualmente colabora no site Guia Floripa, na Assessoria de Imprensa da Fundação Cultural Badesc e no Portal CLG. Já passou pelo IFSC e pela SST. Além disso, é cineclubista de carteirinha e acompanha de perto a cena musical alternativa de Florianópolis.
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