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Pappa Jack: rock eclético que traz riffs potentes e dramas modernos

Foto por Igor França

Atualmente a Pappa Jack é formada por Lucas Sabrini (vocal), Jimmy Jr (guitarra), Tiago Magori (bateria) e Thiago Abdallah (guitarra). Juntos, eles produzem um som cheio de personalidade que une diferentes vertentes – indo do hard rock ao metalcore, do blues ao pop rock, do stoner ao country e até transita entre alternativo e rap, em algumas passagens.
O quarteto carioca iniciou sua trajetória em 2014, e o primeiro lançamento veio em 2016, com o EP “Suburbana Boulevard”, que gerou possibilidades do grupo consolidar uma agenda de shows e viabilizar os projetos futuros.
Após esse primeiro lançamento, o grupo passou por um período de transição, com mudanças na formação. Isso fez com que os integrantes voltassem, enfim revigorados, ao estúdio.
Os frutos da nova fase começaram: após seguidamente lançar single e clipe “Jovem Drama“, a Pappa Jack lançou seu novo EP completo, “O Mundo Inteiro em uma Noite“, que traz a intensidade do quarteto em faixas ora agressivas, ora reflexivas sobre relações humanas.
“O Mundo Inteiro em Uma Noite”, teve produção musical do guitarrista Thiago Abdallah e masterização de Diogo Macedo – este que também gravou e mixou as duas primeiras faixas no Eme Studio. O renomado engenheiro de som que já comandou gravações de Dead Fish, Pitty, Matanza e outros grandes nomes do rock nacional, Jorge Guerreiro, foi quem gravou o restante do EP, no Melhor do Mundo Studios.
Agora a Pappa Jack está se preparando para o primeiro álbum, carregando uma bagagem cada vez maior e sempre com mais sede de inspiração e progresso.
Confira a conversa que a banda teve conosco, sobre seus lançamentos e projetos, além de um faixa a faixa do EP “O Mundo Inteiro em Uma Noite”

Entrevista por Willian Schütz

Como, quando, onde e com quem se formou a Pappa Jack?
Lucas Sabrini: A Pappa Jack foi fundada em 2014 em Jacarepaguá, um bairro aqui do Rio de Janeiro onde fizemos os primeiros ensaios e é meio que a “casa” da banda até hoje. Na época quem fez parte da formação inicial fui eu, o Magori na bateria, Daniel Mansur no baixo, Lucas Freitas na guitarra e Pedro Reis na outra guitarra.
Foi uma banda que surgiu porque a gente se conhecia de estudar no mesmo colégio (eu, Freitas, Pedro e Daniel). Eu e Daniel já tínhamos tocado juntos em outra banda e aí soubemos que o Pedro queria montar um novo projeto pra tocar algo na onda de Guns N’ Roses e Aerosmith, e foi mais ou menos assim que a coisa começou. Mas essa formação durou apenas meses e antes mesmo de gravarmos nosso primeiro EP, o Lucas Freitas saiu pra entrada de Kim Uezu e aí gravamos o “Suburbana Boulevard” em 2015.

O nome da banda faz alusão ao famosíssimo uísque Jack Daniel’s. Contem melhor essa história para a galera, se possível.
L.S.: Eu não diria que seja uma alusão ao uísque. Na verdade o nome foi algo que eu li num outdoor há muitos anos: Papai Jack. Aí acabou virando Pappa Jack. Mas esse lance do significado do nome só aconteceu num dia em que a gente estava bebendo Jack Daniel’s e o nosso guitarrista Jimmy começou a descrever como era a sensação de um orgasmo para ele. Eu ri e disse “isso aí é o jack”, querendo dizer que ele estava dizendo aquelas coisas porque já estava “meio alto” de uísque. Aí tivemos a ideia de chamar essa sensação, esse estado de espírito eufórico de “jack”. Quando você está numa vibe boa seja porque está tocando com sua banda, ou surfando, ou fazendo qualquer coisa que te deixe bem, você “tá no jack”.

Vocês passaram por um período de transição e mudanças na formação. Então, a banda se reinventou e voltou ao estúdio. O que mudou e como foi esse processo? 
L.S.: Acho que a banda hoje está mais coesa. A fase do primeiro EP foi uma espécie de prólogo, uma maturação que serviu pra dar um início. Essa atual formação é a verdadeira Pappa Jack, na minha opinião, e a gente sentiu isso desde o primeiro encontro. Foi um processo muito natural e as composições vieram facilmente. Então ir pro estúdio foi uma consequência óbvia. A gente precisava colocar pra fora aquilo que fervia dentro de nós.

Foto por Igor França

Ainda sobre o novo EP: a obra teve produção musical do guitarrista Thiago Abdallah e masterização de Diogo Macedo. Ele também gravou e mixou as duas primeiras faixas no Eme Studio. Já as duas últimas foram gravadas e mixadas por Jorge Guerreiro. Como foi trabalhar com essa galera? Além disso, por que optaram em mudar de estúdio durante o processo?
Thiago Abdallah: Pra nós foi uma honra acima de qualquer coisa. E pra falar a verdade não optamos por mudar de estúdio durante o processo. Tínhamos interesse em criar um trabalho sólido, mas que se dividisse em duas partes. Que tivesse dois “moods” sonoros diferentes.

“O Mundo Inteiro em Uma Noite” representa uma divisão de períodos que antecede o primeiro álbum do grupo. Quais as expectativas para a realização deste trabalho que virá?
L.S.:
A gente ainda está com as atenções voltadas ao EP atual. Temos dois clipes lançados e dois a serem produzidos ainda. Então estamos pensando muito mais no presente do que no futuro, vivendo um passo de cada vez. Mas tenho certeza que quando focarmos nossa mente no novo álbum coisas incríveis serão feitas. Digo isso porque percebo que estamos em uma fase muito criativa e faminta por música.

Como têm sido o processo criativo da Pappa Jack?
T.A.: A gente tem tentado se reunir durante as semanas, e uma vez que fechamos a cúpula com instrumento na mão e conversa em dia é que naturalmente surgem as ideias, os planos… Tanto musicais quanto todo o espectro criativo da banda.

Foto por Igor França

As artes de capa de “O mundo inteiro em uma noite” e do single “Jovem Drama” têm estilo voltado para a pop art. Como pensaram nesse conceito, que faz alusão ao estilo de som moderno. Além disso, como foi a parceria com Willy Fontenelle?
L.S.: O Willy é um artista incrível. Ele captou muito bem a essência da banda e das novas músicas e é um cara que ouve muito o que o artista quer,  mas também agrega ideias e conceitos para chegar num resultado estético. A gente compartilhou algumas referências, mas a ideia de seguir o estilo pop art foi dele. A ideia era traduzir em imagem o que a banda é sonoramente: conceitos clássicos com uma roupagem moderna.

Como foi a produção e gravação do clipe de “Jovem Drama”?
T.A.: Esse dia foi uma loucura, mas todo mundo no set de filmagem estava com a mente focada em fazer o resultado ser o melhor possível. As ideias que tínhamos pensado foram ficando mais bonitas do que imaginávamos.

O álbum será lançado em 2021, certo? Já podem adiantar algo sobre ele? As gravações já começaram, ou têm data estipulada?
L.S.: A gente tem algumas ideias e músicas prontas porque estamos sempre compondo. Mas ainda não começamos a trabalhar no álbum. O que posso dizer é que queremos começar a construir esse trabalho no fim do ano para estarmos gravando em Janeiro de 2021.

Faixa a faixa de “O Mundo Inteiro em Uma Noite”
Por Lucas Sabrini:

“Renascer” é o que gostamos de chamar de “soco na cara”. É aquela canção direta ao ponto, o famoso papo reto. A agressividade do arranjo acompanha o tom ríspido da letra, que carrega uma raiva motivadora e a obsessão de dar a volta por cima. Ela é o desejo de provar a todos e, principalmente, a si mesmo a capacidade de morrer e renascer quantas vezes forem necessárias.

“Jovem Drama” é uma música frenética e dançante, na qual queremos expressar bem o tema que a letra traz: vontade de “abraçar o mundo” e de se encontrar nele. Ela fala bastante da fase que nós, a banda, vivemos. De ter vinte e poucos anos e sentir aquela ansiedade para conquistar os sonhos e ter que aprender muita coisa dessa vida na marra.

“Sentinela” aborda a fé, a espiritualidade e a dificuldade de combater os próprios demônios. É uma música que alterna momentos tristes e suaves com passagens mais agitadas, tentando justamente transparecer que para sair de um estado de sofrimento é preciso gerar movimento, excitação. Dessa forma, mesmo falando sobre ansiedade e depressão, Sentinela também leva a mensagem de que é possível ter a redenção, mas apenas através do autoconhecimento e da fé em si mesmo.

“Igual A Nós”: nesta canção a gente quis contrastar dois momentos: um momento mais intimista em que a voz e violão ganham destaque, e um outro momento de explosão. O tema central da letra é a igualdade e para representar isso nós utilizamos as personagens Júlia e Ricardo, que não se conhecem, mas passam por situações cotidianas parecidas. A reflexão é que embora tenhamos muitas diferenças, nós seres humanos também temos muitas dores, dúvidas ou objetivos semelhantes, e assim, estamos todos “subindo os degraus na escada do amor”, indo na mesma direção. A intenção da música é terminar o EP com uma mensagem de esperança que tempos melhores virão.

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Willian Schütz
Willian Schütz é poeta e contista - autor dos livros "Insânia Mundana" e "Saudades do que não foi e voltará". Formando em Jornalismo, atualmente colabora no site Guia Floripa, na Assessoria de Imprensa da Fundação Cultural Badesc e no Portal CLG. Já passou pelo IFSC e pela SST. Além disso, é cineclubista de carteirinha e acompanha de perto a cena musical alternativa de Florianópolis.
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