Recentemente, Gary Holt, guitarrista do EXODUS, participou de uma entrevista coletiva para falar sobre o novo disco, PERSONA NON GRATA, que foi lançado oficialmente no dia 19 de novembro, além de falar sobre sua carreira com o EXODUS e SLAYER.

Para Holt, PERSONA NON GRATA é um dos discos mais pesados desde o retorno da banda, mesmo que, segundo ele, a banda venha colecionando bons lançamentos desde TEMPO OF THE DAMNED (2004). Ele também confirmou que a faixa título do disco foi uma das favoritas devido à selvageria da mesma (a música não possui introdução, ou seja, abre diretamente na violência), e também afirmou que nem o nome do material ou a música em si são direcionados à uma pessoa em específico, são mais como uma crítica em geral.

Gary afirmou que o disco novo faz uma revisitação à toda a carreira da banda, incluindo trabalhos como o FORCE OF HABIT (1992), com algumas pitadas de som progressivo em meio ao peso inserido no material. O disco não é uma continuação de seu antecessor, que segundo Gary, a gravação foi bem complicada, devido à ainda estar em turnê com o SLAYER. A dedicação ao novo material pôde ser bem maior, tornando-o uma verdadeira evolução da banda.

Quanto ao processo de composição, Gary disse que se reunir com Tom Hunting (baterista) em meados de Julho do ano passado, foi um processo nostálgico, pois eles se sentiram como faziam quando mais novos, finalizando algumas músicas já planejadas e criando mais algumas novas. Também afirmou que a criação dos riffs foi fácil, uma vez que ele chega até mesmo a sonhar com eles.

Quanto ao período pandêmico, Gary afirmou que o tempo disponível, uma vez que a banda não poderia fazer nenhum show ou turnê, foi totalmente utilizado para a criação de músicas.

Gary também falou sobre a relação com ex-integrantes da banda, como por exemplo Rick Hunolt (ex-guitarrista), que participou das gravações com alguns vocais e contribuindo com as guitarras da 10ª faixa do disco. Segundo ele, ele se diverte muito com Rick e pretende futuramente planejar uma turnê especial, onde convidará todos os ex-integrantes da banda que tiverem interesse em participar, como fizeram em São Francisco, há alguns anos, com músicos como Paul Bostaph (ex-baterista), Rick Hunolt e Rob Dukes (ex-vocalista). Ressaltando o interesse de tentar estender a turnê para outros continentes, inclusive para a América do Sul.

Sobre as influências do novo disco, Gary deixou claro que o cenário pandêmico em si não foi a inspiração para escrevê-lo, uma vez que possivelmente diversas bandas utilizariam isso como temática, mas sim diversos ocorridos ao redor do mundo, como protestos e revoluções, alguns deles até mesmo causados pelas circunstâncias da pandemia.

Ele também esclareceu quanto ao longo período entre o lançamento do último disco, BLOOD IN, BLOOD OUT (2014), até este mais recente, pois segundo ele, “uma pequena banda chamada SLAYER” estava concluindo suas últimas turnês, onde este participou desde 2011 como guitarrista.

Gary também falou sobre suas diferenças políticas com parceiros e ex-parceiros de banda como Steve “Zetro” Souza (vocalista), que criticou a vacinação obrigatória contra a COVID-19 e já defendeu o ex-presidente dos EUA Donald Trump, e Tom Araya (SLAYER), que teve posicionamentos muito parecidos com os de Zetro. Para ele, é preciso conviver com as pessoas que pensam diferente, pois o mundo esqueceu-se de como é conviver com essas diferenças, tornando-se “muito chato”. Para ele, política e religião não se discutem com pessoas que discordam de você.

Sobre a arte de capa do disco, trata-se da terceira parceria da banda com o artista sueco Pär Olofsson, que já desenhou para diversas bandas como Aborted, Abominable Putridity, Cannabis Corpse, entre outras. Segundo Holt, a ideia do anjo serafim de 3 rostos foi dada inicialmente por ele, mas Olofsson aperfeiçoou o trabalho perfeitamente, pois sua parceria é bastante funcional para a banda. A ideia é representar de forma física a ruína do mundo.

Gary disse que o trabalho para as artes de capa com Olofsson funcionam, pois ele consegue sintetizar muito bem as ideias da banda, mas ainda assim colocar seu toque pessoal em cada arte, que são sempre certeiras. Para ele, essa relação com Pär pode durar por mais 10 álbuns ou mais, pois o trabalho de ambos vêm funcionado muito bem desde 2008.

PERSONA NON GRATA está disponível nas versões digital, tape, CD e 2 LP’s com distribuição pela NUCLEAR BLAST.

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