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RDP n’A Grande Roubada

RATOS DE PORÃO + Jason + Nuestro Sangre + Strip Club
(Teatro Odisséia/RJ – 07/11/2010)

Texto por Deise Santos

Fotos por Denise Silva e Deise Santos

Domingo. Horário de Verão. Calor quase infernal e as ruas do centro do Rio de Janeiro interditadas para gravações de duas produções hollywoodianas: Crepúsculo e Velozes e Furiosos. E daí? O que importava era que ao cair da noite iria rolar mais uma edição d’A Grande Roubada no Teatro Odisséia.
A grande jogada da produção d’A Grande Roubada foi soltar um flyer triplo no início de outubro onde estava estampado o nome de três bandas históricas e polêmicas: Garotos Podres, Ratos de Porão e Jello Biafra and The Guantanamo School of Medicine. Três bandas, três datas entre outubro e novembro e muita expectativa.
O primeiro da tríade ficou de fora da agenda do Revoluta infelizmente, mas nos outros dois estávamos lá.
Ratos de Porão tem publico cativo e não adianta dizer que o tempo deles já passou. A banda é referência pra muita gente e prova disso foi ver o Teatro Odisséia, não lotado, mas cheio, mesmo sabendo-se que dois dias depois teria o show do Jello Biafra no mesmo endereço. Sim, algumas vezes o público do Rio é assim: “sacrifica” um show por outro. Mas o público presente fez uma linda festa.
A noite começou com Nuestro Sangre e Strip Club, que infelizmente não conferimos, mas entramos a tempo de ver a banda Jason no palco. Uma viagem no tempo foi inevitável e a banda carioca soube preparar o público para o show do RDP, afinal boa parte dos presentes viveu a cena independente dos idos anos 90 e ouvir músicas dos álbuns “Odeia Eu” e “Eu Sou Quase Fã de Mim Mesmo”, fez muita gente pogar e cantar junto com o Vital e sua turma. Show extremamente divertido.
Pausa para tomar um ar e em seguida sobe ao palco Boka, Jão, Juninho e, por último, João Gordo. Ratos de Porão começa sem papo e descarrega a sonoridade pesada, agressiva e rápida de músicas dos álbuns Guerra Civil Canibal e Onisciente Coletivo. Um ótimo começo! Em seguida vem “Atitude Zero”“Descanse em Paz” e “Obrigando a obedecer”. Matador. Não dá tempo para o público respirar, nem quando o retorno do baixo parece deixar o Juninho na mão, a música para. Mais hardcore impossível!
A pausa finalmente chegou, mas quem pensou que era para relaxar o público se engana. João Gordo comenta sobre o show que vai acontecer dois dias depois ali, naquele mesmo palco, e convida Mr. Jello Biafra para subir ao palco. Jello Biafra subiu ao palco, convidou o público a estar ali na terça-feira, foi ovacionado pelo público e a banda começou a introdução de “Insight”, erra, para e começa de novo.
Pronto. A festa estava mais do que completa, com cereja no bolo e tudo mais. No final da música a banda inteira reverencia Mr. Jello e ele se despede com o comentário feliz do João Gordo: “Fudido! hahahaha”. O show dali pra frente foi mais insano ainda, a banda emendou com “Amazônia nunca mais”.
Segunda pausa, a guitarra do Jão deu pau por um momento, mas logo depois foi dado um jeito e o show continuou com “Testemunhas do Apocalipse” e “Crucificados pelo Sistema”, entre outras.
Show memorável e uma ótima forma de começar a semana.

Deise Santos
Carioca, jornalista, produtora cultural, baixista e guia de turismo. Deise Santos é apaixonada por música - principalmente rock e suas vertentes -, literatura, fotografia, cinema, além de colecionadora - contida - de vinis. Pé no chão e cabeça nas nuvens definem a inquietude de quem está sempre querendo viajar, conhecer pessoas e culturas diferentes. Idealizadora do Revoluta desde seus ensaios com zines, blogs e informativos, a jornalista tem como característica a persistência em projetos que resolve abraçar.
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