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Trapped by Yourself: o desconcertante álbum de estreia da Rest in Chaos

Crédito da imagem: Reprodução/Divulgação

Lançado este ano, o primeiro disco da banda catarinense conta com 10 faixas cheias da ferocidade do metal extremo 

A banda florianopolitana Rest in Chaos transita e mescla death e thrash metal à seu bel prazer, utilizando muita técnica – sempre criando um clima caótico, que faz juz ao nome do grupo. Em atividade desde 2016, conta com Marlon Joy na batera, Adriano Alves no baixo, Juliano dos Santos na guitarra e Gustavo Novloski no vocal. O quarteto vem ganhando cada vez mais destaque no cenário underground do som pesado. Em maio deste ano, lançaram seu álbum de estreia: o avassalador “Trapped by Yourself“.
Para compor o novo trabalho, foram feitas regravações dos singles Workship Machines“, “Ego Riser ” e “Look at Me“. Com as novas composições e tudo esquematizado, correram para o Undercave Studio, em São José, Santa Catarina. Já os trabalhos de mixagem e masterização foram realizados por Julio Miotto, nas faixas de 01 à 06 e por Adair Daufembach, na reta final do disco.
As expectativas já estavam sendo criadas, pois “Artificial“, uma das faixas de destaque do álbum, saiu como single na reta final de 2019 – fazendo muita gente bater cabeça. Com técnica aguçadíssima, a faixa cria um clima soturno e traz reflexões sobre a ambição do ser humano. A música também ganhou videoclipe (o quarto da banda), que conta com direção fotográfica de Nefhar Borck.
As faixas inéditas que complementam a lista de 10 músicas são “I Need a Reset“; “Shallow Happiness“; “Let Me Rest“; “Bells of Destruction“; “The Perfection“; e “Unfollow“. Todas têm de influências claríssimas thrash metal oitentista, bem como de vertentes do som extremo mais moderno.
A produção caprichada só evidencia a brutalidade dos vocais de Gustavo Novloski, que apesar dos guturais e rasgos na voz, tem uma dicção tão boa que torna todas as letras bem compreensíveis.
Outro destaque está nos espancamentos constantes que Marlon faz na sua batera. E a mesma violência é feita com os instrumentos de cordas, já que Juliano e Adriano têm agilidade desconcertante.

Crédito da imagem: Pedro (@ars.moriendee)

A arte da capa é em tons escuros e que traz uma figura mortificada no que parece ser um espelho, também dá uma ambientação ao clima do disco. A ilustração é assinada pelo mineiro Pedro (@ars.moriendee), que é bastante familiarizado com o mundo do metal, pois também assina capas de bandas como Infamous Glory e Aphorism, além de alguns cartazes promocionais para turnês e shows.
As seguintes palavras de Gustavo Novloski definem bem o conceito do álbum como obra fechada, mas que deixa reflexões em aberto:

Uma idolatria por mecanismos eletrônicos e seus artifícios, para que nós nos enquadremos na sociedade estereotipada, imposta pelos padrões das mídias sociais. Um sistema programado para te destruir.
Uma consequente repulsa que a atitude humana nos faz sentir, muitas vezes por nós mesmos. Descaracterizando e “desumanizando” o sentido da vida, desconectando a nós mesmos da realidade, em busca de uma felicidade rasa e enganosa. O lema é de amar as máquinas e ser o mais artificial que puder.
Conseguimos escapar, pensar por nós mesmo e descansar dessa pressão social? Olhe ao redor e perceba que está livre, seus pensamentos presos em sua própria mente, preso por si mesmo, Trapped By Yourself.” – parágrafos incluídos no material promocional do disco.
Como sinalizado por Novloski, o nome do disco em português realmente significa algo como “preso por si mesmo”. Esse título se justifica, pois o álbum traz letras introspectivas, carregadas de tormento e desconforto, com críticas sociais e aos estados de alienação e ganância que o ser humano atinge.
A banda já anunciou que haverá lançamento em CD. No entanto, ainda não foram divulgados nem a data, tampouco o selo pelo qual sairá a mídia física.

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Willian Schütz
Willian Schütz é poeta e contista - autor dos livros "Insânia Mundana" e "Saudades do que não foi e voltará". Formando em Jornalismo, atualmente colabora no site Guia Floripa, na Assessoria de Imprensa da Fundação Cultural Badesc e no Portal CLG. Já passou pelo IFSC e pela SST. Além disso, é cineclubista de carteirinha e acompanha de perto a cena musical alternativa de Florianópolis.
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