Anmod – Inner Upheavals
(Terceiro Mundo Chaos Discos – 2015)

O Anmod foi uma daquelas bandas que veio indicada por quem sabe o que está fazendo, o grande Alexandre Casalunga, e não é pra menos. Aqui encontramos um Brutal Death Metal com pitadas de Grindcore feito por veteranos da cena curitibana, que já passaram ou ainda integram bandas como Fornication, Ethel Hunter, Imperious Malevolence, Flesh Grinder e por aí vai. A técnica da banda é precisamente calculada, mas sem silenciar a selvageria necessária para o desenvolvimento do som. Uma das coisas mais legais do disco é o mistério e a quebra do mesmo, uma vez que a arte de capa não entrega muito o que você vai encontrar, mas logo na primeira música, a banda consegue te colocar no seu lugar como ouvinte e conduz até o final do material mantendo a brutalidade sempre lá em cima, sem dar folga aos ouvidos.

Técnica, brutalidade, peso, um bom esporro sonoro, mas aplicado com bastante classe nesse tiro certeiro que foi Inner Upheavals. Este disco merece o título de “agradável surpresa”, mas também de “soco na fuça”, porque ele é os dois ao mesmo tempo. Inner Upheavals é o segundo álbum dessa tradicional banda curitibana de Brutal Death/Grind, e a técnica aqui apresentada é bastante assertiva. É possível sentir fortes influências na sonoridade de bandas como o Assuck e Archspire, ao mesmo tempo.

Quanto a lírica da banda, todas as letras são muito bem feitas e elaboradas, mas fica um destaque maior para a faixa “A Sentence About Tyranny”. O texto deste som é uma adaptação do poema homônimo do húngaro Gyulla Illyés. A inspiração de leituras que perpassam pela poesia e literatura contemporâneas (sobretudo as de vanguarda, segundo a própria banda) e, principalmente, a filosofia, somado a seu som preciso, onde os integrantes aplicam todos os seus conhecimentos, constituem uma obra pesada, dividida em 8 faixas de brutalidade e precisão.

Para ouvir:

Bandcamp

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