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Baby’s Brain: unindo a destreza do metal com a crueza do grunge

Diversas transformações: agitando a cena de Florianópolis desde 2013, os rapazes que hoje compõem a banda Baby’s Brain passaram por muitas mudanças até que finalmente ajustaram a formação e caminharam rumo ao lançamento do primeiro disco.
Foi só em meados de 2016 que o conjunto se firmou com Felipe Minhoca, como baterista; Natan Alves, ocupando a guitarra solo, os timbres rasgados de Gioseppe Presotto, no vocal e na guitarra base; além de Gregori Michel, mandando os graves no baixo.
As mudanças não foram só na formação, mas também no nome – uma vez que já se chamou “Ravenna” – e na identidade visual. Mas teve algo que nunca mudou: a sonoridade pesadíssima, com riffs marcantes e refrões arrebatadores. 
Com influências que misturam o melhor do heavy metal e do grunge, a Baby’s Brain começou com covers, mas já tendo em mente as composições próprias e almejando lançar um material que tivesse a sua cara. Depois de tocar em diversas casas de shows por algumas cidades espalhadas por Santa Catarina, finalmente, já no fim de junho de 2020, concretizaram a tão sonhada meta: o lançamento do primeiro álbum de estúdio. O disco é homônimo à banda e traz todo o peso que os guris sempre gostaram de empregar às canções.
Confira o bate-papo com o vocalista e guitarrista Gioseppe Presotto.


Entrevista por Willian Schütz
Crédito das imagens: Divulgação

A Baby’s Brain surgiu em 2013 e o primeiro álbum, homônimo à banda, é bem recente (junho de 2020, certo?). Podem contar um resumo da história de vocês até atingirem essa meta do primeiro disco?
A banda sempre teve o intuito de espalhar o som autoral. Desde que nos conhecemos, já pensávamos assim.
A ideia do álbum sempre esteve presente na nossa mente, mas demorou muito para ser concluída. Passou por várias mudanças, tanto da estética, quanto do nome do álbum – que, por fim, foi o próprio nome da banda. Ele foi feito com baixo investimento, mas saímos satisfeitos com o resultado, graças ao nosso produtor, Paladino.

A banda já teve mudanças de formação?
Sim. A banda sempre teve o mesmo número de integrantes, mas passamos por algumas mudanças. No início, em 2013, tínhamos: Gioseppe (vocal e guitarra), Natan (guitarra), Luan (batera) e Danny (baixo). Depois de alguns desentendimentos, o grupo se desfez e só voltamos a falar em 2016. Eu (Gioseppe) e o Natan (guitarrista) já nos conhecíamos antes, mas não saíamos muito. Depois de um término de relacionamento, busquei o Natan e o irmão dele, Luan, para retomarmos a banda – que naquela época se chamava Ravenna.  Quando o Danny resolveu sair, encontramos o Gregori (baixista) em um grupo de formar bandas em Floripa. Logo depois, o Luan saiu e, pela indicação de um amigo, achei o Minhoca (baterista).
Desde então Baby’s Brain tem essa formação: Gioseppe, Natan, Grégori e Minhoca.

Natália Miranda

Vocês são de Florianópolis. Já se apresentaram em alguma outra cidade ou estado? Se sim, quais?
Sim, nós já saímos algumas vezes de Floripa. Fomos para Blumenau, Urupema, Palhoça e São José.

Entre as suas influências estão Nirvana, Alice in Chains, Metallica e Megadeth. Em algum momento vocês já chegaram a fazer e/ou apresentar covers dessas ou de outras bandas?
Diria que são algumas das principais influências nossas. E sim, tínhamos covers de Nirvana a Alice In chains, passando por Silverchair a Stone Temple Pilots. Mas com o tempo, nosso plano era sempre ir tirando os covers e deixando mais espaço para as autorias – até o show ser 100% autoral. Infelizmente, com a pandemia não deu tempo de pôr isso em prática.

Parabéns pelo álbum! Baby’s Brain mostra bem a pegada da banda, unindo a destreza do heavy metal com a crueza do grunge. Sobre o título do álbum, que é o nome da banda: por que “Baby’s Brain”?  O que significa?
Valeu! Lembro do dia que decidimos isso, em 2016: nós estávamos incomodados com o nome “Ravenna” – por já o usarem muito. Um dia, na casa do Natan e do Luan, estávamos pensando em algum nome melhor. Eu estava a fim de algo com entranhas ou cérebro, tripas… algo do tipo. Então, vieram na nossa cabeça, alguns nomes. Eu os coloquei no papel e, entre eles, estava “Baby’s Brain”. Na hora soou muito massa para a gente – nisso, resolvemos deixar este nome. Então não, não tem um significado… Mas talvez um dia a gente ache (risos).

Divulgação

As letras são todas em inglês. Quem compõe? É um trabalho conjunto? Com isso, vocês pensam no mercado exterior?
Tudo isso é bem natural, na verdade. Às vezes, o Natan chega com uma música toda pronta – com letra, acordes, melodia, solos… Às vezes, eu tenho algumas letras escritas – aí mando para eles, cada um faz algumas frases e vamos vendo o que encaixa bem. Então, é muito variado. Têm letras que só um fez, tem outras que a banda toda fez.
E sobre ser em inglês, é porque gostamos mais da sonorização que o inglês tem nas músicas. Se atingir o “mercado” de fora, que bom né? Mas não foi nisso que pensamos.

Como foi a gravação do álbum? Onde? Como? Quando?
Nós não tínhamos muita grana para investir em algum estúdio de gravação com alta qualidade, ou algo do tipo. Então, recorremos ao nosso amigo Paladino (para a produção), que toca com o Minhoca em outro projeto.
Começamos a gravar o álbum em outubro de 2018. Gravamos ele em vários locais, na verdade, mas tudo em Floripa.
Iniciamos com as guias de guitarra do Natan para a bateria, ainda onde a gente sempre faz os ensaios (na casa do Minhoca) com os microfones de voz todos pendurados – para tentar gravar com o máximo que tínhamos. Depois da batera pronta, que levou mais um tempo, começamos a gravar as cordas, lá no apartamento do Paladino. Isso demorou bastante, por conta da agenda de todos, fazíamos sempre aos domingo a tarde.
Com tudo gravado, começamos a nos encontrar para ver detalhes de mixagem e edição das músicas, isso já em 2019. Esse processo demorou bastante também, porque sempre ouvíamos coisas diferentes a cada encontro, e sempre vinha alguma outra ideia do que fazer com as músicas. Finalizamos no mesmo ano… só demoramos para postar, porque são tudo vagabundo. Aí, com essa quarentena, a gente  teve “tempo”.

A arte do álbum é bem diferente: parece uma tattoo. Quem foi o artista?
Ela foi feita por mim, que trabalho na área da tattoo também. Essa arte é uma variação dos nossos antigos logos – uma coisa que eu tive bastante dificuldade de criar. Eu queria algo mais simples e fácil de lembrar – e deu para ver que não cheguei nesse objetivo. O antigo logo era um desenho de 2016, que a galera da banda gostava, mas tinha muita coisa que me incomodava nele: principalmente porque era colorido, e eu sempre pensava que em camisas, cartazes, isso ia sair mais caro por causa das cores.
Produzi essa nova na quarentena mesmo, com nanquim, tentado deixar ela o mais macabra possível. E para quem quiser conhecer meu trabalho na área da tattoo, @presotto.tattoo é meu Instagram.

Como está sendo o pós-lançamento? Têm recebido críticas, comentários?
Tudo dentro do esperado, eu acho. A galera recebeu bem as músicas, mesmo o álbum não sendo tão compartilhado assim – tanto pelas mídias, quanto por não poder fazer show, devido a pandemia. Mas estamos felizes por quem ouviu e nos deu um feedback.

Voltando a falar sobre influências: têm bandas independentes que vocês levaram como referência? A banda Jannet, que foi entrevistada aqui no Portal Revoluta (clique aqui para ler), citou vocês como uma banda pela qual eles têm carinho. E as suas? Quem sabe sai alguma matéria aqui no Revoluta.
Provavelmente vou esquecer alguma banda, mas nossos parceiros de estrada, shows e admiração são esses: A Hard days song, Budang, Sociat, Ajiva, Jannet, Carcanhá, Monumento invisível e Iguanas Tropicais.

Agora, fica o espaço para qualquer declaração (agradecimento, recado, afins).
Bom, queria agradecer aí a oportunidade de contar um pouco da nossa história, e poder o compartilhar nossas músicas. Queria agradecer ao Paladino, que nos aturou nas loucuras das gravações do álbum; a Ana, que fez a captura de imagens do nosso clipe “Your Slave”; aos nossos amigos também, que fizeram parte do clipe – tudo muito doido, mas participaram… e a todos que nos apoiaram até agora, que foram aos nossos shows e que compartilharam nossas músicas. Babe cosse bessa!

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Willian Schütz
Willian Schütz é poeta e contista - autor dos livros "Insânia Mundana" e "Saudades do que não foi e voltará". Formando em Jornalismo, atualmente colabora no site Guia Floripa, na Assessoria de Imprensa da Fundação Cultural Badesc e no Portal CLG. Já passou pelo IFSC e pela SST. Além disso, é cineclubista de carteirinha e acompanha de perto a cena musical alternativa de Florianópolis.

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